[weglot_switcher]

Congresso dos EUA aprova pacote legislativo orçamental de Trump

Trump havia definido o prazo de 04 de julho, Dia da Independência nos Estados Unidos, para aprovação do pacote legislativo, e deverá recebê-lo ainda hoje do Congresso, para assinatura final.
epa12190386 US President Donald Trump delivers an address to the nation following US strikes on Iran’s nuclear facilities, at the White House in Washington, DC, USA, 21 June 2025. EPA/Carlos Barria / POOL
3 Julho 2025, 21h00

O pacote legislativo orçamental batizado pelo Presidente norte-americano Donald Trump como “grande e bela lei” foi hoje aprovado na Câmara de Representantes, depois de já ter passado no Senado, câmara alta do Congresso.

Trump havia definido o prazo de 04 de julho, Dia da Independência nos Estados Unidos, para aprovação do pacote legislativo, e deverá recebê-lo ainda hoje do Congresso, para assinatura final.

Depois de ter sido alvo de muitas alterações, o documento aprovado pelo Senado passou a enfrentar o descontentamento de vários congressistas republicanos, obrigando o líder da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, a negociações contínuas nos últimos dias, a par de pressões públicas de Donald Trump.

O pacote, com um total de quase 900 páginas, foi aprovado com 218 votos a favor (214 contra), tendo dois congressistas republicanos votado contra.

Os republicanos detêm atualmente a maioria na Câmara dos Representantes, com 220 lugares, para 212 dos democratas.

A Casa Branca reagiu de imediato à aprovação, publicando uma imagem de Trump a dançar com o tradicional boné vermelho “Make America Great Again” (“Tornar a América Novamente Grande”).

“VITÓRIA: A Única, Grande e Bela Lei, é aprovada pelo Congresso dos EUA e segue para a mesa do Presidente Trump”, refere a mensagem que acompa a imagem do Presidente republicano.

O gabinete de Trump anunciou já que a lei será assinada na Casa Branca na sexta-feira, feriado nacional norte-americano.

Durante a noite de trabalho, os líderes republicanos mantiveram a votação aberta durante quase seis horas, enquanto trabalhavam para obter 12 votos.

Com alguns telefonemas feitos diretamente pelo Presidente para os congressistas mais relutantes em assinar a lei, o projeto acabou por conseguir reunir os votos suficientes.

O pacote estende os cortes de impostos do primeiro mandato de Trump (2017-2021), aumenta as despesas com a defesa e o controlo da imigração e reduz programas de assistência como o Medicaid, um seguro de saúde para os cidadãos com rendimentos mais baixos.

Está também prevista uma redução drástica no programa Snap, o principal auxílio alimentar do país, bem como a eliminação de muitos incentivos fiscais para as energias renováveis.

O Senado fez algumas alterações, nomeadamente aos cortes do Medicaid.

As dúvidas suscitadas pelos senadores republicanos tinham precisamente a ver com os cortes nos programas sociais e o impacto fiscal, já que o plano aprovado a 22 de maio pelos Representantes acrsescentaria à dívida pública um valor estimado em 2,4 biliões de dólares (cerca de dois biliões de euros) na próxima década, de acordo com o gabinete de Orçamento do Congresso.

Devido às alterações entretanto introduzidas, o projeto do Senado aumenta ainda mais o défice do que a versão da Câmara: estimativas independentes apontam que a dívida dos Estados Unidos possa crescer em 3,3 biliões de dólares (quase 3 biliões de euros ao câmbio atual) ao longo da década.

A aprovação ficou marcada por um discurso de quase nove horas do líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, no plenário, para atrasar e obstaculizar a aprovação.

Jeffries criticou repetidamente o pacote, que afirmou “roubar” a programas sociais para financiar cortes de impostos para os ricos.

“Que vergonha para esta instituição (Congresso) se este projeto de lei for aprovado”, disse.

Além dos telefonemas a congressistas, Trump foi fazendo nas últimas horas intensa pressão pública, através da rede social Truth.

“O que é que os republicanos estão à espera??? O que é que vocês estão a tentar provar???”, publicou Trump na última madrugada, dirigindo-se aos congressistas que resistiam a votar favoravelmente.

“O MAGA não está feliz e isso está a custar-vos votos”, acrescentou o presidente de 79 anos, em letras maiúsculas, referindo-se ao seu movimento.

A versão final da “grande e bela lei” reacendeu também a animosidade entre Trump e Elon Musk, bilionário que até há poucas semanas era uma das figuras mais destacadas do seu executivo e responsável por fazer cortes orçamentais, e que é crítico de alguns dos cortes previstos e do aumento do endividamento do país.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.