Constituição de novas empresas recua há 4 meses consecutivos

Os dados do Barómetro mensal da Informa D&B relativos a 30 de novembro revelam que foram criadas 47.117 empresas até final de novembro, e que a maior parte dos setores regista recuo na constituição de empresas.

A constituição de novas empresas recua há 4 meses consecutivos, destaca a análise.

As 47.117 novas empresas em Portugal criadas até novembro corresponde a uma descida de 2,8% (-1.348 empresas) face ao mesmo período do ano passado.

Os encerramentos de empresas, no entanto, estão abaixo dos números de 2023.

“No mesmo período, os encerramentos recuaram 6,9% e as insolvências aumentaram 5,9%”, revela a Informa D&B.

Segundo a análise da entidade liderada por Teresa Cardoso de Menezes, o recuo na constituição de novas empresas é comum a mais de metade dos setores, sendo especialmente significativo nos Transportes (-23%; -1 292 constituições de empresas), que só por si justifica a quase totalidade da descida global do indicador. Entre as descidas está também o setor Grossista (-11%; -247 constituições de empresas), o Alojamento e restauração (-3,3%; -161 constituições de empresas) e a Agricultura e outros recursos naturais (-8,5%; -130 constituições de empresas).

No setor Grossista destacam-se os subsetores Alimentar (-18%; -116 constituições de empresas) e Equipamentos (-23%; -54 constituições de empresas), no Alojamento e Restauração, a descida foi mais concentrada no Alojamento de curta duração (-12%; -110 constituições de empresas) e na Agricultura e outros recursos naturais, na Agricultura e pecuária (-7,1%; -88 constituições de empresas) e no subsetor Floresta (-19%; -40 constituições de empresas).

Entre os setores onde cresceu a criação de empresas, a Construção tem o maior aumento (+7,2%; +388 constituições de empresas), mantendo a forte tendência de subida verifica nos últimos 9 meses. Serviços empresariais (+1,7%; +132 constituições de empresas), Serviços gerais (+0,4%; +30 constituições de empresas), Tecnologias da informação e comunicação (+0,2%; +5 constituições de empresas) e Atividades imobiliárias (+0,3%; +15 constituições de empresas) são outros setores com crescimento neste indicador.

Nos Serviços empresariais, o aumento deve-se sobretudo às novas empresas de Serviços de apoio às empresas (+2,2%; +143 constituições de empresas). Nos Serviços gerais, o aumento concentrou-se sobretudo nas atividades de Saúde, desporto e bem-estar (+3,9%; +146 constituições de empresas).

Do ponto de vista geográfico, a região Centro (+3,5%; +185 constituições de empresas) e as Regiões Autónomas da Madeira (+14%; +188 constituições de empresas) e dos Açores (+20%; +106 constituições de empresas) foram as únicas que registaram aumento no número as constituições de empresas no acumulado dos 11 meses.

Por outro lado, registaram-se 11.480 encerramentos de empresas até final de novembro, o que corresponde a um decréscimo de 6,9% face ao período homólogo, sendo que à data de hoje ainda existem publicações a ser efetuadas pelo Registo Comercial.

No acumulado dos últimos 12 meses, há 14.513 encerramentos, representando uma descida mais ligeira de 5,1% relativamente aos 12 meses anteriores.

Neste período, a descida é transversal a quase todos os setores de atividade, destacando-se os Serviços gerais (-10%; -197 encerramentos de empresas), as Indústrias (-15%; -190 encerramentos de empresas) e o Retalho (-8,2%; -186 encerramentos de empresas). Os setores dos Transportes (+15%; +115 encerramentos de empresas), TIC (+6,9%; +56 encerramentos de empresas) e Energias e ambiente (+38%; +25 encerramentos de empresas) foram os únicos cujo número de encerramentos aumentou na comparação a 12 meses.

Há mais 6% de empresas com processos de insolvências

Entre janeiro e novembro de 2024, 1.910 empresas iniciaram um processo de insolvência, mais 5,9% (+107 empresas com processos de insolvência) que no mesmo período do ano passado.

A subida é transversal a mais de metade dos setores de atividade, mas maioritariamente no setor das Indústrias (+25%; +107 empresas com processo de insolvência).

Foi sobretudo nas Indústrias de Têxtil e Moda que se registou maior subida de insolvências (+30%; +69 empresas com processo de insolvência) e em especial no distrito do Porto (+63%; +48 indústrias de têxtil e moda com processos de insolvência).