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Contagem integral do tempo dos professores? Rui Rio diz que “é possível” mas “nem tudo em dinheiro”

Rui Rio entende que é possível negociar com os sindicatos e oferecer “qualquer coisa de simpático”, mas reitera que o reconhecimento dos nove anos, quatro meses e dois dias seria “um problema orçamental grave”. 
10 Maio 2019, 12h31

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, considera que a contagem do tempo total de serviço dos professores “é possível” e que pode não ser tudo em dinheiro. Rui Rio entende que é possível negociar com os sindicatos e oferecer “qualquer coisa de simpático”, mas reitera que o reconhecimento dos nove anos, quatro meses e dois dias seria “um problema orçamental grave”.

“É possível negociar com os sindicatos numa base honesta e oferecer qualquer coisa de simpático para os professores. Tudo em dinheiro e relativamente rápido, não é possível. E esse é o travão que lá pomos”, afirmou o presidente social-democrata, em declarações à rádio Renascença.

O líder do PSD considera que é “possível reconhecer o tempo com relativamente pouco dinheiro” e que esse reconhecimento pode ser feito, não só em dinheiro, como também “em redução do horário de trabalho, em aposentação mais cedo para os professores que têm esse tempo acumulado”. “É possível, mas não é tudo em dinheiro”, afirmou Rui Rio.

O presidente social-democrata reiterou que a recuperação total do tempo de serviço dos professores teria um impacto orçamental insustentável e acusa o primeiro-ministro, António Costa, de ter montado “um circo” e criar uma “instabilidade tremenda” a propósito “de nada, por objetivos meramente partidários”. Rui Rio esclarece que “o PSD votou a favor do reconhecimento dos nove anos e a seguir votou a favor do travão financeiro, ou seja, reconhece os nove anos, mas com este travão financeiro”.

O esclarecimento surge depois de Rui Rio ter negado que tenha havido um recuo do PSD. “O PSD teria recuado se tivesse votado de uma maneira e agora fosse votar de outra maneira, agora o PSD não votou de maneira nenhuma”, disse à TVI. As declarações causaram polémica entre os sociais-democratas, que tinham dado sinais na comissão de que iria aprovar a medida.

Rui Rio contestou essa visão, mas admitiu não poder saber com exatidão, uma vez que não é deputado, e salientou que nunca o ouviram a ele expressar essa posição. “Ouviu-me a mim expressar essa posição? Não sei, não estava lá”, disse, admitindo a possibilidade de não saber “com exatidão, tendo em conta que não é deputado na Assembleia da República.

A Assembleia da República vota esta sexta-feira em plenário o texto final do diploma sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores. A expectativa é de que a contagem integral dos nove anos, quatro meses e dois dias seja chumbada, com os votos contra do PSD e o CDS-PP e os votos a favor do PCP e BE.

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