Aníbal Cavaco Silva, antigo primeiro-ministro e Presidente da República, acusou o Governo de António Costa de recorrer à expressão “contas certas” em relação ao Orçamento do Estado como uma “armadilha do poder socialista para iludir socialista”. Em artigo de opinião que pode ser lido no “Público” desta segunda-feira, o também antigo presidente do PSD determina que “vários agentes do espaço político e mediático” caíram nessa “armadilha”.
Explica Cavaco Silva que “contas certas é um conceito que não existe nos capítulos sobre a política orçamental dos tratados de Finanças Públicas”. O professor de economia e finanças questiona-se assim sobre “o que estará subjacente à expressão vaga e nebulosa inventada pelo poder socialista?”.
A resposta do antigo primeiro-ministro é que o Governo pretendeu “condicionar o debate orçamental e o comentário político” de forma a “desviar as atenções e abafar as consequências negativas da sua política” para situações como “o desperdício de dinheiros públicos” (em que dá o tempo da TAP, Efacec e parcerias público-privadas); a “degradação do SNS; a crise da habitação e da escola pública; o sistema fiscal “caótico”; “baixos salários” e “empobrecimento” do país.
Mais, destaca Cavaco Silva que a “armadilha” das “contas certas” foi, no entender do ex-Presidente da República, “uma tentativa de esconder a incompetência e a baixa qualidade moral de alguns ministros”.
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