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Mota acelera 6,29% na bolsa com bons ventos em África e na América Latina

A construtora valorizou mais de 5% durante a sessão bolsista de segunda-feira tirando também partido da recomendação do Caixa BI para a compra das ações da Mota-Engil, tendo atribuído um preço-alvo de 6,20 euros. Analista alerta que os focos de arrefecimento no sector da construção podem colocar um risco acrescido quanto à valorização futura da empresa.
Mota-Engil
20 Fevereiro 2024, 07h30

Os contratos de construção em África e América Latina ajudaram a Mota-Engil a atingir uma valorização de 6,29% para 5,58 euros na sessão bolsista de segunda-feira, a maior desde julho de 2014. A opinião é partilhada pelos analistas ouvidos pelo Jornal Económico (JE), tendo a empresa liderada por Carlos Mota Santos beneficiado também da recomendação do Caixa BI para a compra (buy) das ações da Mota-Engil, tendo atribuído um preço-alvo (price-target) de 6,20 euros, numa nota de research divulgada na última sexta-feira.

“O preço das ações da Mota-Engil aumentou cerca de 153% nos últimos doze meses, passando de 1,72 euros para 5,11 euros. Entretanto, ocorreram vários eventos que alteraram o cenário de investimento, incluindo o início de um novo CEO e uma nova equipa de gestão, vários contratos importantes foram assinados em África e na América Latina, a operação na Europa Central foi vendida e os objetivos estratégicos para 2026 foram significativamente revistos em alta”, pode ler-se na análise.

Pedro Oliveira, trader de GoBulling do Banco Carregosa, considera ainda que a nomeação de um novo CEO, bem como a venda da operação na Europa Central e a revisão em alta por parte da empresa relativamente aos objetivos estratégicos para 2026, ajudaram a construtora a dominar a sessão de segunda-feira.

“A empresa parece estar bem posicionada para cumprir os objetivos e poderá ainda vir a beneficiar mais na eventualidade de surgirem novos contratos como os que têm surgido nas últimas semanas”, refere o analista.

Opinião idêntica tem Henrique Tomé, analista da XTB, que defende que as previsões do Caixa BI ao passarem de 3,2 euros para 6,2 euros, apontam para uma valorização perto de 12% se as ações atingirem este valor.

“Estas perspetivas sugerem que o preço das ações atuais estão a ser negociadas a desconto. Os negócios da empresa nas economias emergentes têm estado a captar a atenção dos investidores, o que tem tornado cada vez mais atrativa a empresa, visto que os níveis de rentabilidade são elevados, apesar dos riscos também serem superiores dado que estamos a falar de economias emergentes e pouco estáveis”, salienta.

Mais cauteloso na sua análise é Marco Silva, consultor da Activtrades, que assume que a subida da Mota-Engil “não é por si muito relevante”, mas que o facto de estar a atingir um máximo de quase 10 anos é importante, refletindo a recuperação de uma empresa que tem beneficiado das condições favoráveis no sector imobiliário, assim como de obras públicas, tanto ao nível nacional como internacional.

“Contudo, é de realçar que a envolvência positiva já não é tão evidente havendo mesmo focos de arrefecimento do sector da construção, o que coloca um risco acrescido quanto à valorização futura da empresa”, realça o analista.

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