Rui Rio, Francisco Rodrigues dos Santos, Cotrim de Figueiredo e André Ventura, os quatro líderes da direita portuguesa, vão estar presentes na 3ª Convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que reúne esta terça-feira e quarta-feira no Centro de Congressos de Lisboa perante um número recorde de inscrições: 720 pessoas.
Subordinada ao tema “Portugal e os portugueses – Reconfiguração social, política e económica para as próximas décadas”, a convenção engloba dez painéis e uma comunicação de Paulo Portas sobre os riscos e oportunidades do mundo pós-Covid.
A intervenção de Rui Rio (PSD), que aceitou estar presente pela primeira vez, encerrará a convenção. Francisco Rodrigues dos Santos (CDS) fechará o primeiro dia. João Cotrim de Figueiredo (IL) e André Ventura (Chega) vão falar antes da pausa para o almoço em cada um dos dois dias.
A polémica com Sérgio Sousa Pinto
A Convenção do MEL, na qual algumas pessoas das diversas direitas vão refletir em termos temáticos, começou por convocar os holofotes devido ao convite a André Ventura mas, sobretudo, pela presença de algumas pessoas do PS, como Sérgio Sousa Pinto, deputado; Luís Amado, ex-MNE de José Sócrates; Álvaro Beleza, médico e antigo colaborador de António José Seguro; Henrique Neto, histórico socialista e ex-candidato ao cargo de PR e Óscar Gaspar, secretário de Estado da Saúde entre 2009 e 2011.
Sérgio Sousa Pinto vai participar amanhã num painel sobre “A intolerância cultural e a ditadura do politicamente correto”, imediatamente antes da comunicação do líder do Chega. Por isso, Sérgio Sousa Pinto teve de ler um ‘post’ de Paulo Pedroso, ex-dirigente do PS, que o acusou, através do Facebook, de estar a contribuir para “legitimar o branqueamento democrático de André Ventura”. Na primeira resposta, entre as várias que deu, o antigo líder da Juventude Socialista atirou a Pedroso, que a certa altura se debateu com o processo Casa Pia, uma frase forte: “Arrisca menos julgamentos sobre o teu semelhante”.
Fátima Bonifácio, História e Estado
Os trabalhos arrancam hoje, às 9 horas, no Centro de Congressos de Lisboa (antiga FIL). A historiadora Maria de Fátima Bonifácio fará, a abrir, antes do primeiro painel, um mini ensaio sobre a relação dos portugueses com o Estado ao longo da História, até ao tempo da governação de Salazar.
No arranque da tarde, Nuno Palma, professor de economia em Manchester, introduzirá a discussão sobre a necessidade do crescimento e as causas da divergência de Portugal com a Europa nesta área.
Os dez painéis dos dois dias irão ao encontro da discussão dos fundos europeus, das políticas públicas, da necessidade de convergência à direita e ao centro, das Liberdades, dos efeitos da pandemia, da discussão económica e financeira e da reconfiguração do Estado, entre outros temas.
Carlos Moedas e Poiares Maduro oradores
Os palestrantes vêm de todas as áreas. A 3ª Convenção do MEL apresenta nomes como os de Miguel Poiares Maduro (ex-ministro com Pedro Passos Coelho), Carlos Moedas (ex-comissário da UE e atual candidato à CML), José Miguel Júdice, Jaime Nogueira Pinto, Rui Ramos, António Nogueira Leite, Mira Amaral, Nuno Garoupa, Miguel Pinto Luz, Cecília Meireles e Joaquim Aguiar. São cerca de 75 personalidades, de políticos a gestores, profissionais liberais a jornalistas.
O MEL, presidido pelo economista Jorge Marrão, que já esteve ligado aos projetos ‘Farol’ e ‘Missão Crescimento’, pretende aglutinar pessoas em torno de dois eixos: a defesa da Europa e da(s) Liberdade(s). Daí descende para um objetivo: estimular na sociedade a necessidade de reformas que transformem o Estado e promovam o crescimento económico num país que “produz dívida mas não produz capital”, como também dizia Vasco Pulido Valente.
Numa das primeiras reuniões para a constituição do movimento, um jantar, chegou a participar Mário Centeno, entretanto ministro das finanças, depois presidente do Eurogrupo e atualmente Governador do Banco de Portugal.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com