A economia mundial caracteriza-se atualmente por um elevado ritmo de ocorrência de inovações, pela crescente importância da ciência e da tecnologia, da informação e do conhecimento na competitividade empresarial e, ainda, apesar de já não ser novidade, pela globalização.
Em consequência, as empresas deparam-se com crescentes dificuldades de adaptação, para responder à mudança de paradigma económico, designadamente devido a factores como:
· Intensificação da concorrência;
· Falta de dimensão crítica e de capacidade para a mobilização de recursos humanos e financeiros para atuar nos mercados internacionais;
· Oferta crescente de produtos, acompanhada do encurtamento do seu ciclo de vida, verificando-se o mesmo relativamente às tecnologias;
· Necessidade de colocar produtos no mercado de forma mais rápida, a baixo custo, mantendo, no entanto, a qualidade elevada;
· Aumento do custo e do risco associado ao desenvolvimento de novos produtos, cada vez mais complexos.
Neste quadro, é rara a estrutura organizacional que possui os recursos e as competências necessárias em todas as atividades e fases da cadeia de valor, para competir simultaneamente em várias geografias, fazendo ressaltar a necessidade de cooperação entre os agentes económicos.
É neste âmbito que se tem debatido sobre diversos modelos de desenvolvimento, como por exemplo a Tripla Hélice. Trata-se de um conceito desenvolvido por Henry Etzkovitz nos anos 90, em que as universidades, empresas e os governos, enquanto esferas institucionais primárias, cooperam para promover o desenvolvimento e a competição, através da inovação e do empreendedorismo. Em conjunto, formam novas instituições secundárias, originando, com frequência, organizações híbridas capazes de responder aos desafios económicos da atualidade. Em termos práticos, caracteriza-se, essencialmente, por dois factores: a capitalização do conhecimento e a procura do desenvolvimento regional pelas universidades como uma terceira missão.
Esta proposta de desenvolvimento assenta particularmente bem às Regiões Ultraperiféricas Europeias (Rups), como o caso da Região Autónoma da Madeira. De facto, as Rups têm características que tornam a cooperação entre as universidades, as empresas e o governo uma estratégia de particular interesse. Por um lado, esta trilogia pode minimizar algumas insuficiências mais marcantes destas economias ultraperiféricas, designadamente: pequena dimensão; escassez de quadros superiores; insuficiência organizacional; e, mais grave, a subcapitalização e dependência externa dos diversos setores de atividade.
Por outro lado, existem pontos fortes que podem ser potenciados em situações de cooperação, como por exemplo: a existência de recursos marinhos relevantes; a mão-de-obra facilmente adaptável a novas condições; a aceitação generalizada da necessidade de internacionalização; e, finalmente, a existência de tecnologias intermédias e de um quadro institucional e de enquadramento favorável à cooperação como modelo de modernização e competição organizacional. Por exemplo, o conjunto de acordos e convenções internacionais que vinculam os países da CPLP, seja diretamente, seja enquanto membros de organizações supra nacionais, como a União Europeia, o Mercosul ou, mesmo, a União Africana.
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