A ministra do Ambiente disse este sábado que o roteiro para o abandono dos combustíveis fósseis, exigido por dezenas de países, mas que fica fora do texto final da COP30, não será esquecido e voltará a ser trabalhado.
“Há a promessa da própria presidência brasileira – que nos disse que aqui teve de ser neutra, porque era a presidência, – de no próximo ano promover reuniões internacionais no roteiro dos combustíveis fósseis e na floresta, portanto isso não vai cair”, disse Maria da Graça Carvalho aos jornalistas após sair de uma reunião das delegações da União Europeia na conferência do clima de Belém, a COP30, em que foi acordado aceitar o texto final da presidência brasileira.
O texto final, que foi aceite por todas partes, mas ainda terá de ser discutido em plenário, não tem qualquer menção aos combustíveis fósseis ou ao roteiro para abandoná-los.
O roteiro, ou mapa do caminho, como lhe chama a presidência brasileira da COP30, foi um tema lançado pelo próprio Presidente do Brasil, Lula da Silva, na cimeira de líderes que antecedeu a conferência de Belém, e foi defendido por mais de 80 países.
Apesar da ausência da referência aos combustíveis fósseis no documento, todos os grupos na COP30, exceto a União Europeia, já tinham na sexta-feira à noite aceitado aprová-lo.
Este sábado, a UE acabou por aceitá-lo também, após conseguir introduzir uma referência ao que foi acordado no Dubai – o objetivo de trabalhar para um abandono progressivo dos combustíveis fósseis – ao incluir no texto o “consenso dos Emirados Árabes Unidos”.
A ministra disse estranhar que no final da COP30 a União Europeia tivesse ficado isolada nas negociações, sublinhando que isso nunca tinha acontecido.
“Eu acho que a União Europeia agora tem de se preparar para a próxima COP. Não há razão nenhuma para nós não chegarmos aqui com os países africanos, com os AOSIS”, disse a governante.
Lamentou que se tenha perdido “essa tradição de se trabalhar com os países em desenvolvimento”, alertando que “outros estão a fazê-lo”, como a China.
E acrescentou que Portugal pode fazer essa ponte na UE por ter “muito boas relações com esses países”, nomeadamente os africanos e os pequenos Estados insulares.
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