O presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), Jim Skea, está otimista mas cauteloso em relação aos resultados da cimeira do clima, que na quarta-feira terminou no Dubai, reconhecendo que tudo depende agora dos governos.
“O verdadeiro teste do sucesso” será o que os governos, individualmente, fizerem para levar por diante as aspirações e o sentido que o acordo conseguido na cimeira da ONU, a COP28, indica”, disse o responsável.
Jim Skea falava à Lusa um dia após serem aprovados os principais documentos da reunião de duas semanas no Dubai, que contemplam nomeadamente o compromisso de se começarem a abandonar os combustíveis fósseis, de se manter o objetivo de impedir um aumento da temperatura acima dos 1,5º em relação à época pré-industrial, e de se começar a eliminar o carvão na produção de energia.
O documento preconiza ainda que se triplique a produção de energias renováveis a nível mundial até 2030, e salienta a importância da natureza e dos oceanos na redução do dióxido de carbono (CO2), o principal gás com efeito de estufa.
Hoje em Lisboa para participar na cerimónia da entrega do Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa, que premiou o IPCC, e a Associação das Cidades Ucranianas, Jim Skea disse que saiu do Dubai antes ainda do final da COP28 e que nem teve ainda tempo para ler todos os documentos.
Mas, com base no que tem lido, considera que a COP28 cobriu temas principais que tinham de ser debatidos, como a transição em relação aos combustíveis fósseis, o carvão, os oceanos ou a biodiversidade.
O mais importante da cimeira, acrescentou à Lusa, é uma espécie de roteiro que deixa para os governos a tomada de medidas.
As discussões na COP28 resultaram num texto “longo e complicado” que Jim Skea considerou parecer “ir na direção certa”.
“Mas esperemos para ver como é que os governos o implementam”, advertiu.
O responsável máximo do IPCC desde junho admite que a COP28 foi uma reunião difícil, com um balanço global para fazer, pelo que se ter chegado a um acordo que menciona especificamente os combustíveis fósseis, a biodiversidade e os oceanos é motivo para “um otimismo cauteloso”.
O IPCC é uma organização científica criada no âmbito da ONU com o objetivo de sintetizar e divulgar os conhecimentos mais avançados em matéria de alterações climáticas.
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