O secretário executivo da ONU para as alterações climáticas apelou hoje aos ministros dos países presentes em Belém para que acelerem as negociações da COP30, para superar os impasses antes do fim da conferência, daqui a cinco dias.
“Não podemos, de forma alguma, perder tempo com atrasos táticos ou obstruções. O tempo da diplomacia teatral acabou. É hora de arregaçar as mangas, de nos unirmos e nos dedicarmos à tarefa”, disse Simon Stiell na conferência da ONU sobre o clima, COP30, que decorre em Belém, Brasil.
Entrada hoje na segunda e última semana, a conferência acolhe até terça-feira dois dias de comunicações dos responsáveis políticos, que chegaram a Belém para assumir as negociações e tentar sair do impasse político.
Hoje, o responsável máximo da ONU pelas questões climáticas defendeu que a COP30 deve mostrar que a cooperação pelo clima está firme num contexto global fragmentado.
“Precisamos de demonstrar que a cooperação climática é forte num mundo fragmentado. Vejo uma grande determinação em consolidar o progresso fundamental da COP30 e mostrar, mais uma vez, que a cooperação climática funciona para gerar progresso real”, disse Simon Stiell na cerimónia de abertura da sessão plenária de alto nível da trigésima cimeira do clima.
O representante da ONU pediu urgência aos ministros e negociadores presentes na cimeira, e disse que o ritmo lento das negociações “não reflete a velocidade e a magnitude” da transição já em curso na economia real. “A vontade existe. Mas a velocidade não”, afirmou.
“Temos uma semana agitada pela frente para os ministros e negociadores. Exorto-os a abordar as questões mais difíceis rapidamente. Quando adiamos a resolução destas questões, todos perdemos”, afirmou.
A primeira semana de consultas conduzidas pela presidência brasileira da COP30 mostrou que três assuntos estavam a bloquear as negociações, um relacionado com a China, Índia e outros países aliados quererem que a COP30 adote uma decisão contra as barreiras comerciais unilaterais, o que visa a taxa de carbono europeia nas fronteiras.
Os Estados insulares, apoiados por países da América Latina e europeus, consideram óbvio que a COP30 deve reagir às últimas más notícias sobre as projeções climáticas e exortar os países a reforçarem os seus compromissos climáticos atuais. Mas as grandes economias, da China à Arábia Saudita, não querem uma decisão que sugira que não estão a fazer o suficiente.
A terceira questão relaciona-se com muitos países do Sul, especialmente africanos, quererem lembrar aos países desenvolvidos a insuficiência dos seus financiamentos aos países em desenvolvimento.
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