Analistas disseram esta terça-feira que detetaram discrepâncias no vídeo divulgado pela Coreia do Norte, que mostra o lançamento do “maior míssil balístico intercontinental (ICBM) de sempre”, concluindo que as afirmações de Pyongyang são uma “fraude”, segundo o “DailyMail”.
O governo norte-coreano disse que testou “com sucesso” o seu novo ICBM ‘Hwasong-17’, num claro desafio às sanções internacionais na passada quinta-feira, 24 de março, o primeiro teste com mísseis de longa distância desde 2017.
Mas rapidamente foram levantadas questões sobre a autenticidade do lançamento, ainda que este tenha sido confirmado pelas autoridades japonesas, já que os novos detalhes – incluindo discrepâncias detetadas no vídeo quase cinematográfico da Coreia do Norte com Kim Jong Un a supervisionar o lançamento.
“A maior questão agora é saber que míssil foi lançado a 24 de março”, disse Colin Zwirko, analista sénior da NK Pro, um portal de Seul que monitoriza a Coreia do Norte.
Zwirko examinou imagens de satélite comerciais e imagens divulgadas pela media estatal norte-coreana e disse que detetou discrepâncias no clima, luz solar e outros fatores que sugerem que o lançamento divulgado pela Coreia do Norte aconteceu noutro dia.
“Consegui determinar que há algum tipo de engano a acontecer, mas a pergunta permanece: eles testaram outro Hwasong-17 e simplesmente não nos estão a mostrar, ou testaram outra coisa?” disse Zwirko.
O centro norte-americano James Martin Center for Nonproliferation Studies (CNS), concluiu que algumas das imagens norte-coreanas provavelmente são de um teste na manhã de 16 de março que a Coreia do Sul disse ter falhado logo após o lançamento, explodindo no ar sobre Pyongyang. A Coreia do Norte nunca reconheceu esse lançamento ou o respetivo fracasso.
Já a agência de notícias sul-coreana “Yonhap” citou fontes não identificadas que disseram que autoridades de inteligência em Seul e Washington acreditavam que a Coreia do Norte voltou a testar um ICBM Hwasong-15 na quinta-feira, um tipo de míssil mais antigo e lançado pela última vez no final de 2017.
O ministério da Defesa da Coreia do Sul não confirmou essa conclusão. Na sexta-feira, um alto funcionário de defesa dos EUA, que falou sob anonimato, recusou responder sobre se o último lançamento era realmente um novo ICBM.
“Sabemos que este é um teste de um míssil balístico de longo alcance e claramente eles tentam aprender com cada um desses testes para tentar desenvolver ainda mais a sua capacidade”, disse o funcionário. “Mas vou abster-me de falar sobre isso especificamente, pois ainda estamos a analisar as nossa próprias informações sobre isso”.
A Coreia do Norte tem um histórico de adulterar imagens ou reutilizar imagens antigas, mas seria “um nível totalmente novo” se estivessem a mentir sobre o teste bem-sucedido de uma nova arma importante como o Hwasong-17, reforçou Zwirko.
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