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Coronavírus ‘evapora’ 29 mil milhões de dólares à Apple e Microsoft torna-se na tecnológica mais valiosa do mundo

Os títulos da Apple cederam 1,83% esta terça-feira devido ao ‘revenue guidance’ emitido na véspera pela tecnológica por causa do impacto que o coronavírus está a ter nas operações e na procura da cotada norte-americana na China. Em contraciclo, a Microsoft subiu 1,01% e tornou-se na tecnológica mais valiosa do mundo, com uma capitalização bolsista de 1.420 mil milhões de dólares.
Customers walk past an Apple logo inside of an Apple store at Grand Central Station in New York, U.S., August 1, 2018. REUTERS/Lucas Jackson
19 Fevereiro 2020, 07h45

A capitalização bolsista da Apple caiu cerca de 29 mil milhões de dólares durante a sessão desta terça-feira, um dia depois de tecnológica norte-americana ter anunciando que não vai alcançar as receitas no presente trimestre devido à quebra da procura por iPhones na China causada pelo covid-19 (coronavírus).

Os títulos da empresa sediada em Cupertino perderam 1,83%, encerrando a sessão a cotar nos 318,99 dólares. Em consequência, a capitalização bolsista da Apple está agora nos 1.395 mil milhões de dólares, o que compara com os 1.421 mil milhões de dólares que se verificavam antes da abertura da bolsa de Nova Iorque, esta terça-feira.

Em consequência, a Microsoft tornou-se na empresa tecnológica com o maior valor em bolsa. Depois de subir 1,01% esta terça-feira, a empresa fundada por Bill Gates encerrou a sessão de ontem a valer 1.420 mil milhões de dólares.

O impacto revenue guidance da Apple ‘contagiou’ o índice tecnológico Nasdaq durante a sessão de ontem, em particular as produtoras de semicondutores, como a Qualcomm, a Qorvo e a Skyworks Solutions, que perderam entre 1,75% e 2,63%. Apesar disso, o índice conseguiu inverter a tendência negativa ao longo da sessão e encerrou praticamente flat, com uma ligeira subida de 0,02%.

Em comunicado publicado na página oficial da Apple, a empresa liderada por Tim Cook, revelou que “a normalização das condições está a demorar mais tempo do que o estimado” e, “em consequência [não espera] alcançar o guidance sobre as receitas apontado para o trimestre que termina em março”.

A Apple identificou “dois fatores” para não alcançar o guidance, nomeadamente a “limitação temporária da produção global de iPhones” e o impacto que o covid-19 está a ter na procura chinesa por produtos da marca.

“Embora as fábricas dos nossos produtores parceiros se encontrem fora da província de Hubei – e embora as fábricas tenham reaberto – o aumento da produção está a ser mais lento do que tínhamos antecipado. As quebras na produção de Iphones vão afetar temporariamente as receitas a nível mundial”, frisou a Apple.

A produtora de iPhones referiu que “todas as nossas lojas na China estiveram encerradas, assim como muitas lojas dos nossos parceiros”, revelando ainda que “as lojas abertas estão com horários reduzidos e com pouco tráfego de clientes”. A Apple vincou ainda que “a disrupção no nosso negócio é apenas temporária”.

A Apple tinha projetado receitas entre os 63 mil milhões e os 67 mil milhões de dólares no segundo trimestre de 2020, que termina em março.

Apesar da queda das ações, um analista do banco norte-americano JPMorgan disse aos clientes que o outlook no longo prazo “permanece inalterado”, noticiou a “CNN”. O analista justificou com a postura em face da Apple devido à entrada no mercado dos iPhones com a tecnologia 5G este ano, que deverão aumentar a procura por estes smartphones, e também porque a Apple está menos dependente da venda de iPhones na China em comparação com há um ano.

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