A Itália corre o risco de entrar em recessão por poder não conseguir atingir as suas metas de crescimento para 2020 por causa do surto do coronavírus. A informação é revelada por um alto funcionário do Governo italiano, que quis manter o anonimato, revela a agência “Bloomberg” esta quinta-feira, 13 de fevereiro.
O surto do coronavírus chegou a Itália num momento particularmente difícil para a economia transalpina. A produção inesperadamente caiu 0,3 pontos percentuais no último trimestre de 2019, aumentando a pressão sobre o Governo de coligação do primeiro-ministro Giuseppe Conte. O governador do Banco da Itália, Ignazio Visco, já alertou para os riscos “significativos” de queda nas perspetivas do país, que poderá desta forma estar a caminho da sua quarta recessão em pouco mais de uma década.
“O impacto do coronavírus arrisca ser significativamente negativo na economia global e também na Itália. Agora ficou mais complicado atingir a meta do Governo de crescimento de 0,6% no orçamento”, afirmou o vice-ministro das Finanças, Antonio Misiani, numa entrevista em Roma na passada terça-feira. Dada a perspetiva global moderada, Misiani diz não saber se será possível estabilizar a economia no primeiro trimestre de 2020.
“Todos os nossos indicadores apontam para uma retoma”, realçou o ministro das Finanças, Roberto Gualtieri, na televisão “La7” esta quinta-feira. “Em janeiro, a produção industrial e o PIB devem subir”, acrescentando que o Governo está “confiante” numa recuperação económica.
Por sua vez, Antonio Misiani relembrou que “a China é o terceiro maior fornecedor de Itália e que muitos turistas chineses vêm para Itália e compram quantidades significativas dos seus produtos de luxo”. O vice-ministro das Finanças destacou ainda os desenvolvimentos positivos, como o estreitamento dos spreads e a procura recorde pela dívida do país, tendo a confiança do consumidor aumentado em janeiro.
Antonio Misiani prometeu também que o Governo irá “redobrar os esforços para relançar o crescimento com a reforma do imposto de renda, executando o plano de investimentos públicos do Governo e ajudando rapidamente as empresas mais expostas ao mercado chinês”, salientando que o Executivo “pode e deve continuar a precisar de uma mudança de ritmo, uma aceleração especialmente em questões económicas e de empregos”.
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