Sim, o regresso das descidas nas taxas de juro é uma boa notícia e tem-se refletido no aumento da procura de crédito habitação. A Euribor já está a descer há vários meses e os bancos têm oferecido empréstimos a taxas mistas mais acessíveis, que representam atualmente a maioria dos empréstimos para compra de casa própria. Esta redução, embora moderada, cria uma maior atratividade para quem deseja adquirir casa própria, pois permite prestações mais atrativas.
No entanto, é preciso lembrar que os valores das prestações ainda estão longe dos praticados antes de 2022. As taxas continuam num patamar elevado, o que significa que os consumidores estão a avaliar mais cuidadosamente as suas opções antes de avançarem para o financiamento. Além disso, diversos fatores podem influenciar a trajetória das taxas de juro, incluindo a inflação e conflitos no Médio Oriente, que continuam a ser um risco presente, podendo traduzir-se num impacto menos favorável nas prestações de crédito.
A descida contínua das taxas de juro indexadas à Euribor, refletindo-se em prestações mensais mais baixas para crédito habitação, e as novas políticas de crédito, especialmente os apoios direcionados aos jovens têm, em geral, incentivado a procura de crédito habitação.
Para os compradores de primeira habitação, o mercado oferece oportunidades únicas, como a isenção de IMT e Imposto de Selo e a garantia pública para jovens. Estas medidas permitem a aquisição sem necessidade de entrada inicial, o que facilita o acesso a casa própria. Contudo, os desafios continuam presentes: as taxas de juro elevadas e o aumento constante dos preços das casas complicam o planeamento financeiro, especialmente para os jovens que enfrentam uma
capacidade de poupança limitada. Assim, é essencial avaliar bem as condições do empréstimo para evitar pressões financeiras a longo prazo.
Sim, o aumento contínuo dos preços das casas mantém-se como uma barreira para muitos compradores, mesmo com a ligeira descida das taxas de juro. Nessa medida, os consumidores têm de ajustar o seu orçamento e capacidade financeira.
A elevada inflação, aliada à crescente procura de imóveis por parte de não residentes com o número muito reduzido de construções, não permite oferta de imóveis no mercado. Os jovens portugueses não têm capacidade para pagar o valor de uma prestação com ou sem garantia publica, tem de se aumentar a oferta.
Sim, a adesão das entidades bancárias à garantia pública tem sido um passo positivo. Para os jovens que ainda não deram o passo da compra de uma casa, este pode ser o momento para o fazer. No entanto, é importante destacar que, para usufruir da garantia pública para financiamento a 100% do imóvel, os compradores continuam a precisar de apresentar rendimentos suficientes que garantam a sua capacidade de pagamento. Ou seja, a garantia pública facilita o acesso ao mercado de habitação, mas a elegibilidade para o crédito ainda depende de uma avaliação rigorosa do perfil financeiro do comprador. A garantia pública é, assim, um incentivo claro para jovens que, de outra forma, teriam dificuldade em acumular uma poupança inicial para avançar na compra de casa. Por outro lado, outras medidas de apoio, como a Isenção de IMT e de Imposto de Selo, aliadas à continuidade da descida das taxas de juro, criam condições especialmente favoráveis para quem procura adquirir a sua primeira habitação.
Esta medida beneficia principalmente jovens com rendimentos estáveis, mas que têm dificuldades em juntar uma entrada inicial para a compra de habitação. Vai possibilitar que consigam comprar casa quase sem custos. Há inclusivamente bancos que estão a oferecer as comissões bancárias.
Mas antes de darem este passo, os jovens têm de ter rendimentos que lhes possibilitem um determinado empréstimo. Para aceder a um montante mais elevado, podem inclusivamente falar com especialistas na área do crédito para conhecerem outras formas de aumentar o seu financiamento. Isto pode ser feito nomeadamente através da taxa escolhida.
Por exemplo, para um jovem com 30 anos, solteiro, sem dependentes, e rendimento bruto de 25.000 euros anuais, a escolha entre taxa fixa e variável terá impacto no montante de crédito que poderá solicitar. Num crédito habitação com taxa fixa de 3,4% a 40 anos, o montante máximo do empréstimo a solicitar pode chegar aos 195 mil euros, enquanto que se for com taxa variável, para o mesmo período, o valor máximo seria de 180 mil euros. Esta diferença significa que a taxa fixa pode ser uma boa escolha para quem procura estabilidade nas prestações e se qualifica para um montante mais elevado, enquanto a taxa variável pode ser interessante para quem está disposto a assumir algum risco e procura uma prestação inicial mais baixa.
Uma corrida à garantia pública poderá ter várias implicações. Por um lado, é provável que haja um aumento na procura de habitação, o que pode pressionar ainda mais o mercado imobiliário e fazer subir os preços, dificultando o acesso para quem ainda não teve oportunidade de beneficiar da medida. Adicionalmente, esta procura acrescida pode exigir uma resposta dos bancos para garantir a sustentabilidade desta política, mantendo a avaliação rigorosa dos pedidos de crédito.
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