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Costa afasta acordos com o PSD e garante que abandona liderança socialista se perder legislativas

O primeiro-ministro considera prematuro falar da morte da geringonça, preferindo vincar a diferença entre PS e PSD. Caso as legislativas do início do ano resultem numa mudança de Governo, Costa garante que tal “voto de desconfiança” o levará a abandonar a liderança do partido.
27 Dezembro 2021, 22h54

António Costa coloca de parte entendimentos com o PSD após as eleições, considerando que as legislativas de janeiro se resumem “verdadeiramente a dois candidatos” a primeiro-ministro. Em entrevista exclusiva à CNN Portugal, o líder socialista argumentou que um voto no PS constitui a manutenção do rumo de recuperação dos últimos anos, mas garantiu também que se demite de secretário-geral do partido caso não vença.

Costa reforçou por várias vezes a necessidade do país de ter estabilidade, algo que uma maioria facilitaria no caso de uma governação socialista, reconheceu.

“É preciso que o PS tenha uma maioria que permita governar a quatro anos”, defendeu. Como tal, o ainda primeiro-ministro rejeita a possibilidade de negociar com Rui Rio, criticando ainda a “espécie de governo provisório de dois anos” que o líder social-democrata parece sugerir.

“A proposta de Rui Rio é de quem não tem experiencia de ação governativa”, acusou António Costa, reforçando que o país “precisa é de estabilidade durante quatro anos”.

No entanto, caso os portugueses optem por uma nova solução governativa, o líder socialista argumenta que tal constitui “manifestamente um voto de desconfiança” em relação ao trabalho desenvolvido nos últimos seis anos, pelo que a sua decisão seria a de abandonar o cargo de secretário-geral do partido.

Quanto a possíveis acordos à esquerda, Costa considera prematuro falar na morte da geringonça, mas apontou como um “primeiro mau indício” a indisponibilidade dos parceiros de governação, PCP e BE, para discutirem o Plano de Recuperação e Resiliência.

“Porventura, um dia haverá condições para haver entendimentos de novo com o PCP e BE, mas manifestamente neste momento não há, porque senão não tinham chumbado o Orçamento do Estado logo na generalidade”, afirmou o primeiro-ministro, que deixou, no entanto, elogios à duração do entendimento entre os três partidos, lembrando que muitos “não lhe davam sequer um ano de vida”.

Numa entrevista em que aproveitou ainda por passar em revista os seus anos nos vários Governos de que fez parte, António Costa escolheu como ponto mais baixo dos seus mandatos a altura mais forte da pandemia, em janeiro e fevereiro de 2021, quando o país registou o máximo de óbitos com Covid-19.

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