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António Costa considera exclusão de Portugal “injusta” e admite que “há retaliação” entre países

O primeiro-ministro considera que o papel da União Europeia é importante na altura da reabertura das fronteiras internas de modo a que se evite discrepâncias e retaliação entre países. “É preciso muito bom senso e diálogo entre os governos”, afirmou.
  • António Costa
10 Julho 2020, 13h40

O primeiro-ministro esteve, esta sexta-feira, presente numa reunião com as autoridades locais em Loures, concelho que tem duas freguesias em estado de calamidade, sobre a situação epidemiológica.

Durante a conferência de imprensa, que se realizou à saída do edificio da autarquia, António Costa referiu que se verificou uma  queda significativa no número de  casos na região de Loures” e que na próxima segunda-feira será feita uma avaliação global da pandemia no país.

Ainda “é prematuro estar a aligeirar as medidas” sanitárias, admitiu, referindo, porém que a situação “está sob controle em todo o território nacional” com excepção dos lares que ainda é considerada como “uma situação preocupante”.

Questionado sobre a onda de países que tem considerado Portugal como um país não seguro para viajar, António Costa considera ser “injusta” e admite que, por vezes, existe uma retaliação entre países. Atualmente, o Reino Unido, Escócia, Finlândia e Noruega excluem Portugal do corredor aéreo.

“Considero ser injusto porque quem vê esses dados pensa que estamos num risco de contágio muito mais elevado comparativamente a outros países. Se olhármos para estes números podemos identificar o tipo de situação que existe”, argumentou, saudando a Bélgica por ter revisto a sua posição inicial face ao país depois de ter “compreendido a diferença da situação do país no conjunto a especifica em algumas localidades”.

O primeiro-ministro refere ainda que “é importante ter em conta as diferentes políticas que adotaram” e o seu regime de testagem quando chega a altura de compararmos a situação epidemiológica entre países.

Quanto às fronteiras internas, Costa diz também que por vezes “há retaliação” entre países na definição das listas de países e das restrições que lhes são impostas para viagens. “É preciso muito bom senso e haver diálogo sério das instituições europeias que tem corrido melhor na capacidade de resposta ao problema económico do que às questões das fronteiras”, referiu.

“A União Europeia tem falhado em termos de fronteiras internas onde depois se geram situações extraordinárias e muitas vezes por retaliação. Há países que foram colocados em lista vermelhas mas porque tinham colocados outros em listas vermelhas”, continuou.

“Conselho Europeu vai ser exigente”

No próximo dia 17 e 18 de julho, o Conselho Europeu vai-se reunir para debater a aprovação do Fundo de Recuperação da União Europeia no valor de 750 mil milhões de euros. Questionado sobre o otimismo relativamente ao desfecho da reunião, António Costa admite que esta vai ser “muito exigente” dado a resistência “de uma minoria de países que tem uma posição contrária ao compromisso”.

“Temos que chegar a acordo”, vincou. “A situação económica europeia pede que haja entendimento. Não devemos perder mais tempo na capacidade de resposta. Existe uma vontade entre todos de chegar a acordo”.

 

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