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Costa garante que fará “o que for preciso” para garantir “contas certas” (com áudio)

Primeiro-ministro diz que reduzir o défice e a dívida “não são um constrangimento” e volta a reiterar o compromisso com “contas certas”, garantindo total empenho em ter “finanças públicas saudáveis”.
3 Novembro 2021, 12h10

Pediu emprestada a frase a Mario Draghi para garantir em inglês à frente da presidente do Banco Central Europeu (BCE), mas em jeito de recado para os antigos parceiros, mas também para os mercados, que “fará o que for preciso” para ter “finanças públicas saudáveis”. António Costa falava esta quarta-feira durante a sessão solene comemorativa do 175º Aniversário do Banco de Portugal (BdP) e repetia o apelo para que o apoio da política monetária – da qual a dívida pública portuguesa tem beneficiado fortemente – não seja retirada de forma precoce.

“Reduzir o défice e a dívida não são um constrangimento. São um objetivo que articulamos com o aumento de investimento, de salários, pensões, prestações sociais e a melhoria dos serviços públicos”, disse na sessão que contou com a presença da Christine Lagarde e do governador do BdP, Mário Centeno.

O primeiro-ministro falava em português quando interrompeu o discurso para em inglês garantir que “faremos tudo o que for preciso para assegurar finanças públicas saudáveis”, justificando que “são as contas certas que garantem a credibilidade internacional de Portugal, permitindo-nos ter poupado três mil milhões de euros juros da dívida anualmente face a 2015 e alcançado valores contratados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal”.

António Costa quer garantir que esta “dinâmica não seja interrompida” e chamou a atenção para desafios, nomeadamente o impasse da União Bancária, que diz “não poderá permanecer incompleta” sob pena “de impedir a materialização plena dos seus benefícios e de criar distorções na afetação de recursos entre economias, prejudicando aquelas, como a portuguesa, que têm uma escala menor”.

O primeiro-ministro frisou ainda a importância da política monetária para assegurar uma recuperação robusta e sustentada de todos os países da zona euro, permitindo condições de financiamento favoráveis à consolidação da recuperação, “adaptando-se, de forma gradual, ao fim do período de emergência”.

“Uma retirada precoce dos estímulos, sem a necessária flexibilidade ou gerando incerteza, colocará em causa a força da recuperação”, disse.

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