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Costa, Macron e Sánchez: trio reúne-se para impulsionar interligações energéticas

Com as metas europeias de 10% de interligações até 2020 e de 15% até 2030, em mente, os líderes europeus irão debater na Cimeira de Interligações Energéticas formas de aprofundar o incremento das mesmas.
27 Julho 2018, 08h00

Três anos depois da última Cimeira sobre interligações energéticas em Madrid, o presidente francês e o líder do Governo espanhol estão hoje em Lisboa, a convite do primeiro-ministro português, para debaterem o tema.

Com as metas europeias de 10% de interligações até 2020 e de 15% até 2030, em mente, António Costa, Emmanuel Macron e Pedro Sánchez, aos quais se juntam a vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Emma Navarro, e do Comissário Europeu da Energia e Ação Climática, Miguel Arias Cañete, irão discutir formas de estimular as atuais interconexões.

A necessidade de expandir as interligações energéticas da Península Ibérica é, aliás, uma das preocupações do Governo. “É necessário que a condição atual da Península Ibérica, que é uma espécie de ilha energética na Europa, seja corrigida e ultrapassada”, considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em declarações à agência Lusa.

Santos Silva identificou que o objetivo é “chegar a pelo menos 10%” de interconexões de Portugal e Espanha com o resto da Europa, em vez dos atuais 3% e sublinhou a oportunidade que poderá constituir para Portugal a expansão das mesmas, abrindo caminho para a maior aposta na exportação da electricidade produzida a partir de fontes renováveis.

“Para que a capacidade instalada que temos sejam plenamente aproveitada, é preciso que tenhamos capacidade de exportação e para isso é preciso que a eletricidade chegue ao resto da Europa”, explicou o ministro.

A promessa de oportunidade parece ainda mais promissora, após a Comissão Europeia ter aprovado, em junho, o regulamento que estabelece uma redução de 40% das emissões de gases de efeito estufa, um mínimo de 32% de energias renováveis ​​no cabaz energético da UE e a meta de 32,5% da poupança de eficiência energética, até 2030, dos Governo nacionais.

“As novas regras enfatizam a importância da cooperação regional no desenvolvimento e implementação de políticas energéticas e climáticas”, salientou a Comissão Europeia.

Cimeira é planeada há um ano

A promessa de voltar a concretizar uma cimeira sobre o tema tinha sido feita há um ano, após um almoço de trabalho entre o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, em Paris.

Após o encontro, em declarações ao Jornal Económico, o Secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches defendia, na altura, que a resolução do problema das interligações elétricas da Península Ibérica com o resto da Europa, através de França, é estratégica e fundamental. “Passaremos a ter a possibilidade de explorar o nosso potencial de exportação de energia eléctrica e poderemos ter acesso a energia a preços mais baixos de outros pontos da Europa”, salientou Seguro Sanches.

“A presença da Comissão Europeia é importante, por causa do financiamento das infraestruturas, no quadro dos processos de investimento comum”, acrescentou, apontando que, no caso da energia, ainda não existe um mercado comum. “Existe livre circulação de pessoas e de bens, mas não existe livre circulação na energia, porque não temos interligações”, disse.

O assunto foi posteriormente abordado no primeiro encontro entre Costa e Sánchez, realizado a 2 de julho, em Lisboa, pouco depois do espanhol ter assumido a presidência do governo. Aquando do seu anúncio, a agência Lusa noticiou, citando fonte governamental, que “o objetivo central da cimeira é avançar no cumprimento do objetivo europeu em matéria de energia e combate às alterações climáticas”.

Encontro de Costa e Macron com cidadãos sobre os desafios da Europa

Contudo, antes do arranque da Cimeira de Interligações Energéticas, o primeiro-ministro português e o presidente francês têm, durante a manhã, um “Encontro com cidadãos” marcado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Após uma visita privada à Galeria de Arte Islâmica da Coeção do Fundador do Museu Calouste Gulbenkian, pelas 11 horas terá início o debate sobre os desafios da Europa, durante o qual o chefe de Estado francês e o primeiro-ministro português irão responder a algumas perguntas formuladas pela assistência sobre os principais temas da agenda europeia.

 

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