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Covid-19: Cascais avança com projeto piloto de testagem massiva nas escolas até a fim do mês

A Câmara Municipal de Cascais (CMC) vai avançar até ao final de janeiro com um projeto piloto de testagem massiva à Covid-19 nas escolas do concelho que não estão, para já, abrangidas pela iniciativa do Governo hoje anunciada de testagem nas escolas secundárias localizadas em concelhos de risco extremamente elevado. Testes rápidos estão a ser negociados multinacional suíça Roche e servirão toda a comunidade escolar do concelho.
19 Janeiro 2021, 18h17

A Câmara Municipal de Cascais (CMC) vai avançar até ao final de janeiro com um projeto piloto de testagem massiva à Covid-19 nas escolas do concelho, depois de o Executivo ter decidido, nesta segunda-feira, 18 de janeiro, que as escolas vão manter-se abertas em ensino presencial, no âmbito da revisão das restrições ao combate à pandemia que foram aprovadas na passada quinta-feira e que ditaram um novo confinamento geral com registo do incumprimento das regras nos últimos dias. O presidente da CMC revelou ao Jornal Económico que a câmara está a negociar o preço dos testes antigénio nasal com a multinacional suíça Roche e a identificar a primeira escola que vai servir de piloto na testagem de 15 mil pessoas de toda a comunidade escolar: alunos, professores e pessoal não docente.

Projeto piloto estava em marcha antes de anúncio do governo de que vai lançar uma campanha de testagem rápida, nas escolas secundárias localizadas em concelhos que estão neste momento em risco extremamente elevado, não abrangendo para já as escolas do concelho de Cascais, classificado como de risco muito elevado. E servirá, segundo Carlos Carreiras, para “avançar mais rápido com a testagem nas escolas do concelho”, representando um “reforço” à iniciativa do Executivo que não abrange todas as escolas do país.

“Estamos a negociar com o laboratório Roche o preço dos testes rápidos que vamos aplicar, até ao fim de janeiro, numa escola piloto, prevendo a testagem massiva em todas as escolas em fevereiro que abrangerá toda a comunidade escolar”, avançou ao JE Carlos Carreiras, dando conta de que a autarquia “estima um custo entre 35 mil a 50 mil euros” com a aquisição dos 15 mil testes antigénio nasal que se destinam a toda a alunos professores e pessoal não docente das escolas do concelho de Cascais.

O edil explica que o objetivo é testar toda a comunidade escolar e alargar a testagem ao agregado familiar dos suspeitos de estarem positivos/doentes e dá conta que a autarquia “está a identificar a primeira escola que vai servir de piloto neste projeto de testagem massiva”.

O autarca concorda com as novas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, no entanto, esperava medidas para as escolas e revela que a Câmara de Cascais vai assumir a realização de grande número de testes rápidos nas escolas do concelho para tornar possível ir detetando e rastreando os potenciais infetados.

Num post no Facebook, o presidente da Câmara de Cascais sinalizou hoje estar “completamente de acordo” com o Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde do anterior Governo de António Costa e Professor na Escola Superior de Saúde Pública, que tem defendido o encerramento das escolas. “Ainda para mais quando não é necessário prejudicar o ano lectivo, apenas reajustar os calendários das aulas, antecipando férias da Páscoa, prolongar o período declivo e lembrar que no meu tempo havia aulas ao sábado”, defende Carlos Carreiras.

No mesmo post, o presidente da Câmara de Cascais conclui: “Sr. ministro da Educação deixe de ser teimoso, não coloque ideologia na frente da saúde pública. Seja criativo e competente, ajude o Sr. Primeiro-ministro, ajude Portugal e os portugueses”.

Testes à covid-19 nas escolas secundárias arrancam quarta-feira

A testagem anunciada hoje pelo Governo vai começar nas escolas secundárias localizadas em concelhos de risco extremamente elevado. E será intensificada no caso de serem detetados, ocorrendo em todos os estabelecimentos de ensino afetados “independentemente do grau de ensino a que pertença”, avançou o Ministério da Educação, em comunicado, assegurando que  serão testados alunos, professores e funcionários, de instituições públicas e privadas.

O anúncio de que iria iniciar-se uma campanha de testes rápidos de antigénio nas escolas tinha já sido feito pelo primeiro-ministro quando apresentou, na semana passada, as medidas que iriam vigorar neste segundo confinamento, que manteve abertas as portas dos estabelecimentos de ensino, do pré-escolar ao superior.

Estes testes, que foram também negociados com a Roche, não demoram mais de 15 minutos a dar o resultado e vão avançar em, pelo menos, 155 municípios, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela DGS até à semana passada que identificam o número de concelhos classificados como de risco extremo pelos altos níveis de incidência de novos casos.

Fecho das escolas vai ser ponderado

Nesta terça-feira, 19 de janeiro, o Presidente da República anunciou que o fecho das escolas vai ser ponderado com especialistas e partidos, admitindo “diferentes pontos de vista quanto aos vários graus de ensino”.

O quadro geral de medidas de combate à covid-19, incluindo o fecho das escolas, vai ser ponderado na próxima semana, em nova reunião com especialistas e audiências aos partidos na terça-feira, anunciou esta terça-feira o Presidente da República.

“Na semana que vem, terça-feira haverá uma sessão epidemiológica e na sequência do isso haverá a renovação, mais uma, do estado de emergência. Eu ouvirei os partidos na própria terça-feira. E nessa ocasião se ponderará o quadro geral das medidas, nomeadamente a questão das escolas”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa.

Questionado se faz sentido manter abertas as escolas, o chefe de Estado e recandidato ao cargo respondeu que “é isso que ponderado na sessão aberta” de terça-feira com especialistas sobre a situação da covid-19 em Portugal, que acontecerá dois dias depois das eleições presidenciais de domingo.

 

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