“Em duas ou três semanas, poderemos assistir a uma explosão de casos” de novas contaminações por coronavírus, alertou o diretor do instituto norte-americano de Alergias e Doenças Infeciosas, Anthony Fauci, em declarações ao canal de televisão ABC.
Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), pelo menos 1,1 milhões de pessoas voaram para os Estados Unidos na véspera do feriado de Ação de Graças, um recorde desde que a pandemia chegou ao país em março, de acordo com dados da agência TSA, responsável pelas verificações de segurança nos aeroportos.
“Este fim de semana, com todas aquelas viagens, é realmente preocupante para nós”, disse o secretário adjunto da Saúde, Brett Giroir, em declarações à CNN.
“As hospitalizações estão, atualmente, a chegar a um pico de quase 95.000. Cerca de 20% dos pacientes nos hospitais têm covid-19, então é um momento muito perigoso”, acrescentou o responsável.
As hospitalizações devido à covid-19 aumentaram em 46 estados americanos, como Nevada, Ohio e Pensilvânia, segundo dados do Washington Post.
O país, que conta o maior número mortos causados pelo novo coronavírus (266.074), ultrapassou o limiar dos 13 milhões de casos na sexta-feira, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins, que é a referência.
Neste contexto, Anthony Fauci explicou que não está a considerar um relaxamento das recomendações para não viajar ou das restrições antes do Natal.
Na Califórnia, foram impostas novas restrições, face ao aumento de casos: foi declarado um recolher obrigatório em São Francisco e, em Los Angeles, foi proibida a maioria das reuniões públicas e privadas, a partir de segunda-feira.
“Fechem os bares e mantenham as escolas abertas”, aconselhou Anthony Fauci.
O imunologista procurou, porém, tranquilizar os cidadãos, lembrando que, em dezembro, deverá estar disponível uma vacina para as pessoas com maior risco de desenvolver uma forma grave da doença.
“As pessoas precisam de saber que o processo de desenvolvimento desta vacina foi feito com rigor científico e a segurança não foi comprometida”, insistiu.
As primeiras doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech já chegaram aos Estados Unidos, importadas da Bélgica, noticiaram hoje diversos meios de comunicação, norte-americanos.
A Pfizer/BioNTech afirma que a sua vacina é 95% eficaz contra o vírus.
“É uma vacina capaz de salvar vidas”, disse Brett Giroir. “É assim que vamos vencer a pandemia. É a luz ao fundo do túnel”, acrescentou.
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