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PSD quer mais detalhe nos relatórios da DGS para promover “escrutínio público” ao combate à pandemia

Os social-democratas consideram essencial promover o “escrutínio público ao modo de combate à pandemia” e sugerem que essa mesma informação seja enviada quinzenalmente à Assembleia da República.
  • Flickr/PSD
7 Agosto 2020, 18h05

O Partido Social Democrata (PSD) pede ao Governo que passe a disponibilizar no site da Direção-Geral da Saúde (DGS) a informação atualizada diariamente sobre a evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal. Os social-democratas consideram essencial promover o “escrutínio público ao modo de combate à pandemia” e sugerem que essa mesma informação seja enviada quinzenalmente à Assembleia da República.

Num projeto de resolução enviado à Assembleia da República esta sexta-feira, o PSD recomenda ao Governo que a informação relevante relativa à situação epidemiológica da Covid-19 passe a ser publicada pela DGS “de forma atualizada e diária”, detalhando vários elementos como “a identificação e caracterização de novos casos confirmados e suspeitos de Covid-19 (deixando expresso de forma clara quantos casos são confirmados e quando são suspeitos)”.

O PSD pede que, quer os casos confirmados de infeção pela Covid-19 como os óbitos provocados pela doença, passem a ser discriminados por sexo e idade e que seja feita “referência a eventuais comorbilidades” e que a DGS divulgue a “distribuição por região de saúde, área metropolitana e concelho de residência” e, “sempre que a elevada incidência o justifique, por freguesia, bairro e rua”.

Os social-democratas defende ainda que a DGS deve clarificar se os casos suspeitos o são por “um resultado do teste Covid-19 inconclusivo ou por validar, ou se por terem sido um contacto secundário a um caso confirmado”.

Querem ainda que seja detalhado o número de doentes Covid-19 internados em hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), incluindo em serviços de cuidados intensivos, “identificando os hospitais onde os doentes estão internados”, e que sejam divulgadas curvas epidemiológicas da Covid-19 “por região de saúde, incluindo informação sobre os indicadores do grau de transmissibilidade, o R(t), e do número médio de contágios”.

O número total de testes realizados e quantos é que foram repetidos nas mesmas pessoas, bem como a distribuição geográfica da realização de testes, são outras das informações que o PSD quer ver detalhadas. Pedem ainda que seja descrita a disponibilidade efetiva de camas para internamento de doentes nos hospitais do SNS, de acordo com os três níveis cuidados: I – Básicas; II – Intermédias; III – Intensivas.

“A evolução mais recente da Covid-19 no nosso País, bem como a alteração do foco que a mesma requer em termos sócio-geográficos, em que as realidades locais se revelam crescentemente determinantes, importa evoluir para um sistema de informação que promova um exigente mas necessário escrutínio público ao modo de combate à pandemia”, defende o PSD, no documento assinado à cabeça por Ricardo Baptista Leite.

Inicialmente, as conferências de imprensa da DGS eram diárias, mas, a partir de 15 de junho, passaram a realizar-se apenas três vezes por semana (às segundas, quartas e sextas). No entanto, a divulgação dos números da Covid-19 em Portugal continuam a ser publicados todos os dias, tal como era habitual até então, apenas de alguns indicadores (como, por exemplo, a discriminação por concelhos) terem sido retirados do relatório da DGS.

Os deputados do PSD elogiam os portugueses que voluntariamente cumpriram as regras de confinamento e de prevenção e proteção contra a pandemia em Portugal, mas dão conta de que esse esforço “não parece acompanhado, nos últimos meses, de uma estratégia de reabertura eficaz e que proteja a saúde pública, especialmente no caso dos grupos populacionais em situação de maior vulnerabilidade”

“Incontestável é, no entanto, que o sucesso de qualquer estratégia e das próprias medidas de combate à pandemia dependem, decisivamente, da correção, fiabilidade e suficiência da informação técnica e epidemiológica que em cada momento é disponibilizada”, sublinha o PSD.

O partido entende ainda que a Assembleia da República, “pela diversidade política da representação que encerra, pode revelar-se a melhor sede para a efetivação dos direitos à informação e à proteção da saúde dos Portugueses” e deve, por isso, ser enviado ao Parlamento, de 15 em 15 dias, a informação detalhada que o PSD exige ao Governo.

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