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CP vai comprar 117 automotoras elétricas por mais de 800 milhões. “Maior compra da história” da empresa (com áudio)

Das 117 automotoras, 62 destinam-se ao serviço urbano: 34 unidades para a linha de Cascais para “substituir as atuais 29 unidades com mais de 50 anos”, segundo o ministro das Infraestruturas. O primeiro comboio deverá chegar em 2026 num processo que só termina em 2029.
15 Julho 2021, 14h47

A CP vai comprar 117 automotoras elétricas, anunciou hoje o Governo. “É a maior compra de comboios por parte da CP em toda a sua história”, disse o ministro das Infraestruturas esta quinta-feira, 15 de julho.

Das 117 automotoras, 62 destinam-se ao serviço urbano: 34 unidades para a linha de Cascais para “substituir as atuais 29 unidades com mais de 50 anos”, segundo Pedro Nuno Santos, mais 16 unidades para reforçar as restantes linhas da área metropolitana de Lisboa – Sintra, Azambuja e Sado; 12 unidades para reforçar os serviços urbanos do Porto.

Mais 55 automotoras destinam-se para o serviço regional. No total, as 117 automotoras totalizam um investimento de 819 milhões de euros. Além destas, o ministro também anunciou mais 22 automotoras para o serviço regional cujo concurso já tinha sido lançado, adjudicadas a uma empresa suíça, a Stadler.

Estas compras destinam-se a “substituir material obsoleto, como na linha de Cascais, e em alguns casos com 70 anos” no resto do país.

Em relação a datas, o ministro apontou que o primeiro comboio deverá chegar em 2026 num processo que só termina em 2029. “Para além de todo o processo de contratação pública, os comboios demoram o seu tempo a serem fabricados. Hoje temos esta autorização, vamos lançar o concurso o mais depressa possível, em 2021, julgo que conseguimos a adjudicação no final de 2022, e depois teremos sempre entre 3,5 anos a quatro anos para o primeiro comboio ser entregue. A nossa ideia é que o primeiro comboio seja entregue em 2026. Há uma cadência de três por mês até 2029. Não dá para ser mais depressa”.

Esta compra vai servir para garantir a procura no país por transporte ferroviário no pós-pandemia. “Vemos alguma redução de procura por causa da pandemia, mas todos assistimos à pressão na procura na área metropolitana de Lisboa e na do Porto”, disse o ministro, apontando que a compra visa dar “resposta ao longo dos próximos anos”, afirmou.

Ao mesmo tempo, o ministro também garantiu que a indústria nacional vai ser beneficiada neste investimento através da contemplação da incorporação nacional no caderno de encargos do concurso.

“Já que vamos fazer um elevado investimento na compra, que isso tenha reflexo na legislação nacional. É por isso que o caderno de encargos, cumprindo com a legislação comunitária, tem como objetivo garantir que uma parte considerável dos comboios que vão ser fornecidos a Portugal, tenham incorporação nacional”, acrescentou Pedro Nuno Santos em briefing de conselho de ministros.

O governante também anunciou a criação do centro de competências ferroviário que vai ficar localizado em Guifões, Matosinhos, perto das oficinas da CP, será fundado por operadores públicos – CP, IP, Metro do Porto e de Lisboa. “Vamos criar este centro onde se fará investigação, inovação e formação na área da ferrovia, juntando Estado, academia e sector privado”, sublinhou.

 

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