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Crédito à economia moçambicana com primeira queda em seis meses em outubro

De acordo com dados compilados hoje pela Lusa a partir de um relatório estatístico do Banco de Moçambique, este desempenho compara com o pico de quase 289.478 milhões de meticais (4.314 milhões de euros) concedidos até setembro.
16 Dezembro 2024, 15h21

O crédito à economia de Moçambique recuou ligeiramente em outubro, para 289.301 milhões de meticais (4.311 milhões de euros), a primeira queda em seis meses, indicam dados do banco central.

De acordo com dados compilados hoje pela Lusa a partir de um relatório estatístico do Banco de Moçambique, este desempenho compara com o pico de quase 289.478 milhões de meticais (4.314 milhões de euros) concedidos até setembro.

O crédito da banca à economia cresceu em todos os meses de 2024, com exceção de abril, quando recuou cerca de 1% face a março, para 270.676 milhões de meticais (4.033 milhões de euros), recuperando de seguida os crescimentos consecutivos mensais, desde maio, voltando em outubro às quebras.

O crédito a particulares continua a liderar, mas sofreu em outubro a primeira queda em dez meses, para praticamente 96.745 milhões de meticais (1.441 milhões de euros), após máximos mensais consecutivos.

Segue-se o setor dos transportes e comunicações, cujo total de crédito concedido pela banca voltou a cair ligeiramente, para 25.935 milhões de meticais (386 milhões de euros), o comércio, com quase 24.612 milhões de meticais (366,7 milhões de euros), e a indústria transformadora, que cresceu para 23.364 milhões de meticais (348,1 milhões de euros).

A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique desce em dezembro mais 0,1 pontos percentuais, para 19,7%, o nono corte mensal de 2024, divulgou no início do mês a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).

Desde 2018 que a taxa, conhecida como ‘prime rate’, estava em queda, até ao mínimo de 15,5% em fevereiro de 2021, quando a tendência se inverteu e a taxa começou a subir até atingir 24,1% em julho de 2023.

A taxa regressou aos valores de abril de 2023 (23,5%) em janeiro de 2024, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%. Desceu, depois, em março para 23,1%, em abril para 22,7%, em maio para 22,3%, em junho para 22%, em julho para 21,2%, valor que se manteve em agosto e setembro, descendo em outubro para 20,5%, em novembro para 19,8% e em dezembro para 19,7%.

As oscilações da ‘prime rate’ estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’) pelo banco central, para controlar a inflação.

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique anunciou no final de novembro nova descida da taxa de juro de política monetária, designada por MIMO, de 13,5%, em vigor desde final de setembro, para 12,75%.

“Esta decisão é sustentada pela contínua consolidação das perspetivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante as incertezas quanto à duração da tensão pós-eleitoral e o seu impacto sobre os preços de bens e serviços”, justificou, em comunicado, o Banco de Moçambique, após a reunião do CPMO, que se realiza a cada dois meses.

A taxa de juro diretora estava fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro, quando reduziu para 16,5%. Em 27 de março cortou para 15,75%, em 27 de maio para 15%, em 31 de julho para 14,25% e em 30 de setembro para 13,5%.

A próxima reunião do Comité está agendada para 27 de janeiro.

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