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Crédito Agrícola com 86,5 milhões de lucros em 2020, menos 34,2%

O custo do risco de crédito do Grupo Crédito Agrícola aumentou substancialmente para 0,48% (que compara com -0,02% em 2019), devido ao reforço líquido de imparidades e provisões em 72,4 milhões de euros (+54,2 milhões de euros referentes a imparidades de crédito), tendo em conta o contexto económico perspetivado.
18 Março 2021, 13h36

O Grupo Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido consolidado de 86,5 milhões de euros, valor equivalente a uma rentabilidade dos capitais próprios médios (ROE) de 4,9%. Um resultado que compara com os 131,5 milhões de euros registados em 2019. Isto é, caíram 34,2%.

“Apesar do cenário macroeconómico ditado pelos riscos associados à pandemia, incluindo o regime aplicável às moratórias, observou-se um reforço da solvabilidade do Grupo refletida num rácio Common Equity Tier 1 de 18%”, salienta o banco liderado por Licínio Pina.

O produto bancário do grupo aumentou 27,9 milhões de euros (+5,2% face a 2019) passando de 541,5 milhões de euros em 2019 para 569,4 milhões de euros em 2020. Para esta evolução contribuiu essencialmente a manutenção da margem financeira (+0,8% face a 2019) e o aumento dos resultados de operações financeiras, de 54,1 milhões de euros em 2019 para 92,4 milhões de euros em 2020.

O banco não detalha se os resultados de trading resultam de venda de dívida pública.

No balanço, os recursos totais de clientes aumentaram em 1.712 milhões de euros, o que representa um crescimento de 10% face a 2019. Os depósitos de clientes aumentaram de 15,3 mil milhões de euros para 17,2 mil milhões de euros (+12,2% face a 2019), ultrapassando o aumento de 10,1% registado no conjunto do mercado bancário nacional e evidenciando a confiança depositada no Grupo Crédito Agrícola, com um aumento da quota de mercado para 8%.

Já a carteira de crédito bruto a clientes ascendeu a 11,3 mil milhões de euros, o que traduz um aumento de 6,1% face a 2019, “que superou a evolução do mercado (crescimento de 4,8%), valor que consubstanciou um reforço de quota de mercado em 0,1 p.p., que se fixou em 5,8%”, diz o Crédito Agrícola.

Esta evolução resultou do crescimento de 8,6% no crédito a empresas e administração pública (de 6,5 mil milhões de euros em 2019 para 7,0 mil milhões de euros em 2020) e de 2,1% no crédito a particulares (+88 milhões de euros face ao período homólogo de 4,1 mil milhões de euros para 4,2 mil milhões), anuncia a instituição.

“O crescimento no crédito concedido refletiu o apoio disponibilizado às famílias e empresas clientes do Grupo CA no atual contexto da crise do Covid-19”.

Caixa Agrícola com 2,6 mil milhões de crédito em moratória

No final de Dezembro de 2020, as moratórias aprovadas pelo Crédito Agrícola totalizavam 2.654 milhões de euros, das quais 76,5% concedidas a empresas, 14,5% referentes a crédito à habitação e 9,0% a outros créditos a particulares, num total de 31.572 contratos.

O Crédito Agrícola  anunciou que concedeu 264,4 milhões de euros ao abrigo das linhas de crédito protocoladas COVID-19 com garantia do Estado, apoiando desta forma 3.758 empresas nacionais.

Em relação ao rácio de Non-Performing Loans (NPL) registou uma evolução favorável em 2020 para 8,1% comparando com os 9,2% em 2019 (-58,1 milhões de euros de stock).

O nível de cobertura de NPL por imparidades de crédito alcançou os 43,7% e o nível de cobertura de NPL por imparidades e colaterais os 136,5%. Ainda no que toca a ativos não produtivos, em 2020, a exposição a ativos imobiliários, direta e indireta, reduziu em 11,6% (-61,0 milhões de euros) para o valor de 463 milhões de euros.

O custo do risco de crédito do Grupo Crédito Agrícola aumentou substancialmente para 0,48% (que compara com -0,02% em 2019), devido ao reforço líquido de imparidades e provisões em 72,4 milhões de euros (+54,2 milhões de euros referentes a imparidades de crédito), tendo em conta o contexto económico perspetivado.

“O Grupo Crédito Agrícola manteve um nível de liquidez confortável, traduzido num rácio de transformação de 63,4% e num rácio de cobertura de liquidez (LCR) de 434,5%. Já o rácio de alavancagem do Grupo fixou-se nos 7,6%, comparando com 7,4% em 2019”, reporta o banco.

A Caixa de Crédito Agrícola revela que em 2020 observou-se um reforço da solvabilidade do Grupo Crédito Agrícola, com o aumento do rácio CET1 em 3,4 p.p. para os 18%, um dos mais elevados do sistema bancário nacional. “O rácio Texas, determinado pelo quociente entre o stock de NPL e a soma dos capitais próprios tangíveis com o stock de imparidades, fixou-se nos 40,8%”, diz o banco.

Mais 62 mil novos clientes digitais

No ano de 2020, em termos líquidos, o Grupo Crédito Agrícola captou um total de mais de 62 mil novos clientes e registou um desempenho favorável na utilização dos seus canais digitais, alcançando +9% de clientes particulares ativos (taxa de penetração online de 38,2%) e +9% de clientes empresa ativos (taxa de penetração online de 69,9%), revelou a instituição.

“A pandemia Covid-19 veio também impulsionar a utilização dos serviços digitais do Grupo Crédito Agrícola no que respeita à realização de transações (ex. operações financeiras, consultas). No CA Online registou-se um crescimento do volume de transações de 27% (+46% no canal dos clientes empresariais e +10% no dos particulares) e no canal mobile o volume de transações aumentou 133% (+162% nos clientes empresariais e +130% nos particulares), face a igual período de 2019”, lê-se no comunicado.

O grupo destaca o contributo para os resultados consolidados dos resultados do negócio segurador do Grupo em 2020 no valor total de 10,2 milhões de euros, com a companhia de seguros vida CA Vida a contribuir com 6,1 milhões de euros e a CA Seguros com 4,1 milhões de euros (seguros não vida).

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