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Crédito Agrícola: lucros disparam 140% para os 224 milhões de euros

Os aumentos da margem financeira e das comissões explica uma parte da performance da entidade bancária nos primeiros nove meses do ano.
24 Novembro 2023, 11h10

O resultado líquido do grupo Crédito Agrícola nos primeiros nove meses de 2023 atingiu os 224,4 milhões de euros, correspondente a uma rentabilidade de capitais próprios de 13,9% “e para a qual contribuíram os desempenhos positivos das principais componentes do grupo (banca, seguros vida e não vida e gestão de ativos)”, refere aquela entidade em comunicado. A variação homóloga verificada foi de 139,3%.

O indicador ficou a dever-se a vários fatores, entre eles o aumento da margem financeira em 120% (+293,2 milhões de euros face aos 9M22) para 537,5 milhões de euros; o aumento de comissões líquidas em 10,2% para 113,9 milhões de euros (+10,6 milhões de euros face ao período homólogo); a melhoria do resultado das operações financeiras em 17,2 milhões de euros para 12,7 milhões de euros, face a um resultado negativo de 4,5 milhões de euros nos nove meses de 2022.

De salientar ainda, do lado negativo, o decréscimo de 35,3% da margem técnica da atividade seguradora para 63,8 milhões de euros (-34,8 milhões de euros face ao igual período do ano passado); o reforço de imparidades e provisões, que ascenderam a 71,7 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2023 (+48,7 milhões de euros face ao período homólogo); o crescimento dos custos de estrutura em 6,7% para 310,7 milhões de euros (+19,6 milhões de euros face a entre janeiro a setembro do ano passado); a variação negativa de 37,3 milhões de euros, face aos primeiros nove meses do ano passado, do Resultado de Outros Ativos, explicada essencialmente pela implementação de haircuts em função da antiguidade na carteira de imóveis, em cumprimento com as orientações do Banco de Portugal; e o acréscimo dos Impostos, que ascenderam a 76,7 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2023, um montante 122,1% superior ao registado nos primeiros neve meses de 2022 (+42,2 milhões de euros).

Ainda segundo o mesmo documento, o produto bancário core cifrou-se em 715,3 milhões de euros, representando um aumento homólogo de 60,2% (+268,9 milhões de euros), decorrente em larga medida do acréscimo da margem financeira de 293,2 milhões de euros (+120,0% face aos primeiros nove meses de 2022) para 537,5 milhões de euros entre janeiro e setembro.

A carteira de crédito a clientes (bruto) verificou um crescimento de 18 milhões de euros face a dezembro de 2022, para 12 mil milhões de euros, impulsionando uma melhoria homóloga da quota de mercado do Crédito Agrícola de 0,14 p.p. para 5,74%.

Os depósitos de clientes ascenderam a 19.889 milhões de euros no final de setembro de 2023, o que compara com 19.787 milhões de euros em junho de 2023. A quota de mercado do Crédito Agrícola atingia em setembro de 2023 o valor de 8,06%, um acréscimo de 0,09 p.p. face ao período homólogo.

Através da Caixa Central, o Grupo Crédito Agrícola “realizou a segunda emissão de dívida sénior preferencial social, no valor de 200 milhões de euros, concluída em Julho de 2023, complementada com um montante de 50 milhões de euros, em Agosto de 2023, através de uma tap issuance, o que permitirá ao Grupo cumprir o requisito mínimo de MREL TREA + CBR em vigor a partir de 1 de janeiro de 2024 (25,28%), com margem de conforto”.

O grupo apresenta níveis de liquidez e solvabilidade extremamente robustos. Rácio CET1 de 21,6% (incluindo resultado líquido do período), rácio de alavancagem de 8,9% (incluindo resultado líquido do período), rácio de cobertura de liquidez (LCR) de 605,9%, e rácio de financiamento estável (NSFR) de 168,4% (não inclui resultado líquido do período), todos acima dos níveis mínimos recomendados ou requeridos.

De acordo com Licínio Pina, presidente do grupo Crédito Agrícola, citado pelo comunicado, “no terceiro trimestre, a performance financeira do Grupo Crédito Agrícola manteve-se robusta, beneficiando de um contexto de taxas de juro positivas e da actualização mais rápida de taxas na carteira de crédito e ativos financeiros versus a remuneração de depósitos de clientes, que continuou a aumentar, tendência que se espera continuar a observar e que contribuirá para a reversão dos níveis de rentabilidade mais elevada do sector. O grupo Crédito Agrícola manteve o seu apoio às necessidades de financiamento das famílias, empresas e outras instituições públicas e privadas, tendo, no entanto, assegurado um maior nível de precaução no custo do risco de crédito ao longo do atual exercício e que espera manter face às expectativas de taxas de juro mais altas e maior dificuldade no serviço de dívida dos agentes económicos num cenário de abrandamento do crescimento económico. O grupo Crédito Agrícola manteve ainda o seu apoio aos colaboradores e regiões em que desenvolve a sua atividade, antecipando o aumento salarial antes mesmo de terem sido encerradas as negociações com os sindicatos do sector, e mesmo após o terminus destas, assumindo o compromisso de fixar em 4,6%, acima do valor estabelecido pelo ACT do sector bancário, o aumento total das tabelas salariais e cláusulas de expressão pecuniária para o ano de 2023.”

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