A Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) aprovou a escolha da ex-ministra do Mar e atual deputada Ana Paula Vitorino para a presidência da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), segundo um parecer.
No documento, a que a Lusa teve acesso, e que já foi entregue na Assembleia da República, a entidade analisou o percurso académico e profissional de Ana Paula Vitorino, bem como os resultados de uma autoavaliação e entrevista, depois de ter recebido da “parte do Senhor Secretário de Estado das Infraestruturas, o pedido à Presidente da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública de avaliação curricular e de adequação de competências” da “personalidade indigitada para Presidente do Conselho de Administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes”.
“Existem evidências da presença de competências técnicas e comportamentais que sustentam uma apreciação muito positiva para o desempenho do cargo em causa”, concluiu a entidade.
Assim, “a CReSAP, através da sua Comissão Técnica Permanente, emite o parecer de ‘Adequado’ à designação da Eng.ª Ana Paula Mendes Vitorino para o desempenho das funções de Presidente do Conselho de Administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes”.
No seu parecer, a CReSAP descreve primeiro a experiência profissional e académica de Ana Paula Vitorino, incluindo a sua passagem por vários cargos políticos, que, além do Ministério do Mar, incluíram a tutela dos transportes, como secretária de Estado, entre 2005 e 2009.
“Ao nível comportamental mostra-se muito determinada e empenhada na obtenção de resultados, cumprindo e fazendo cumprir os objetivos que se propõe alcançar”, diz a CReSAP, salientando que a responsável “denota capacidade de iniciativa na realização de múltiplas tarefas, mostrando independência de atuação e avaliando prós e contras das decisões, mesmo que estas nem sempre sejam consensuais”.
Além disso, de acordo com a entidade, Ana Paula Vitorino “evidencia um estilo de liderança assertivo e focado nas metas que coloca como sendo determinantes ao sucesso do trabalho a realizar”, mostrando, “ainda, forte dinâmica para a concretização de atividades que impliquem a prestação de serviço público de qualidade, sendo leal aos compromissos estratégicos que são previamente definidos”.
Por outro lado, realçou a entidade, a deputada, segundo uma autoavaliação e entrevista, “preconiza a necessidade de realização de ações”, bem como a criação “de mecanismos de acompanhamento permanente das normas internacionais, comunitárias ou de outras organizações internacionais relevantes” e de mecanismos “que reforcem a transparência e a garantia de respeito pelas regras da concorrência dentro de cada um dos modos e das cadeias multimodais de transporte”.
Além disso, disse a CReSAP, Ana Paula Vitorino pretende “promover a internalização das orientações e objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, bem como das Orientações da UE para a descarbonização, digitalização e transição energética, contribuindo para a mitigação e correção dos efeitos resultantes das alterações climática”, e “racionalizar a estrutura organizativa da AMT potenciando a sua eficiência interna e a eficácia funcional”.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, rejeitou em 09 de junho críticas quanto à escolha da ex-ministra Ana Paula Vitorino para presidir à AMT, dizendo que garante “independência face aos regulados”.
O governante, que falou no lançamento da variante rodoviária a Arruda dos Vinhos, disse que, “se há pessoa qualificada” e que “dá garantias de independência face aos regulados, é Ana Paula Vitorino”.
“É uma das pessoas mais qualificadas no nosso país da área [dos transportes] e quem a conhece percebe que tem um perfil que garante independência face aos regulados”, assegurou, depois de críticas do presidente do PSD, Rui Rio.
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