O presidente do CDS, Nuno Melo, faz um “apelo direto ao Presidente da República para que exija” a demissão de João Galamba ao primeiro-ministro. O ministro das Infraestruturas está sob pesado escrutínio depois de ter sido revelado que o seu gabinete esteve envolvido na reunião preparatória que a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, teve com o grupo parlamentar do Partido Socialista (GP-PS).
A reunião terá servido para combinar as perguntas e respostas que seriam colocadas à ex-gestora da TAP pelo deputado socialista Carlos Pereira, na sua primeira ida ao Parlamento, em janeiro deste ano, mês em Galamba assumiu a pasta das Infraestruturas, depois da demissão do antecessor Pedro Nuno Santos.
Nuno Melo diz que estamos perante uma “repetição permanente de casos” que demonstram “a total ausência de estatura e sentido de Estado de sucessivos governantes socialistas”. A mais recente das sucessivas polémicas do atual Governo, diz ainda, “degrada e mina perigosamente a credibilidade das instituições democráticas e arrasta Portugal para o fundo”.
“Cenas de pugilato no gabinete do ministério das Infraestruturas e a denúncia de que houve combinação de perguntas e respostas da CEO da TAP, envolvendo o Governo e o GP-PS, com o próprio ministro João Galamba a querer ocultar o envio das notas dessa reunião, caso fosse requerido pela comissão de inquérito, são os casos mais recentes de uma rotina que se manifesta desde o início da legislatura”, denuncia o líder dos democratas-cristãos.
“Não sendo de crer que o ministro João Galamba peça a respectiva demissão, ou que António Costa a decida, como seria suposto num quadro de normalidade democrática, o CDS faz um apelo direto ao Presidente da República para que a exija do primeiro-ministro”, acrescenta numa nota enviada às redações.
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Melo recorda que o seu partido pediu a dissolução da Assembleia da República, em dezembro do ano passado, um cenário que levaria à convocação de eleições legislativas antecipadas. A evidência, como classifica, de que “o ciclo socialista se esgotara”, estava à vista, sublinha.
“O país estava num pântano e o futuro mostraria que a situação política só se podia agravar e é hoje evidente que o CDS tinha toda a razão”, refere ainda o líder do partido, que deixou de ter assento em São Bento nas últimas eleições.
João Galamba tomou posse como ministro das Infraestruturas a 4 de janeiro deste ano, tendo sucedido a Pedro Nuno Santos, que entregou a sua demissão a António Costa.
O antecessor do atual membro do Governo acumulava no mesmo ministério a pasta das Infraestruturas, Transportes e Habitação. A reformulação do Executivo, depois da saída, deu origem a um dois novos ministérios: as Infraestruturas ficaram para Galamba e a Habitação é agora uma pasta encarregue a Marina Gonçalves.
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