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Cuidado, que o psicadelismo está de volta!!!

Ainda bem que está a chegar a “Silly Season” para pelo menos durante um mês, deixar de lado a actualidade política regional e nacional. Até 2019, sobra mais do que tempo para “alfinetar” os que pensam que já foram e os que pensam que já chegaram quando, na verdade, nada disto ainda aconteceu.
18 Julho 2018, 07h15

Devo dizer que posso estar enganado, acontece a todos, ainda que, no caso em apreço, até possa ser considerado grave por ter andado décadas com a certeza de que a “Psychedelic Era” tinha sido “quelque chose” dos anos 70 e 80 do século passado. Mas não. A verdade é que estamos em 2018 e as alucinações continuam e em força, como, recentemente, descobri após a entrevista que o presidente do PS-M, o tal do faz de conta, que só ganhou o partido pela maior coligação negativa interna alguma vez vista, em que ninguém confia em ninguém, até porque já foram todos “inimigos” internos uns dos outros, e por ser lebre de um projecto pessoal de poder de um falso Midas, que se julga acima dos partidos, deu à RTP-M, não tanto pelo que disse, não tanto pelo vazio programático, qual buraco negro no centro da galáxia, em que ninguém sabe o que há para lá do “event horizon” nem por se referir a si próprio na terceira pessoa do singular, qual jogador de futebol dos anos 90.

Voltando ao início, descobri-o pela leitura de um post, no facebook, do actual secretário-geral do PS-M, porque apesar de tê-lo e a toda àquela gente bloqueada para não ferir a minha alma sensível, houve alguém que mo mostrou e era qualquer coisa como isto: «numa grande, grande entrevista de Emanuel Câmara, magistralmente liderada por Gil Rosa, ficou claro que o PS tem um grande presidente, um óptimo candidato chamado Paulo Cafôfo e um extraordinário Projecto – que “já não é um sonho, é um objectivo” dos madeirenses para a Madeira».

Como é evidente, ao ler isto depois daquela tristeza televisiva, só pude pensar no Matrix dos irmãos Wachowski e nas tais pastilhas azuis que faziam viver as pessoas ao serviço das máquinas, de uma forma permanente, mas negadora da humanidade, uma realidade inexistente.

Não é que me espante com afirmações panegíricas de quem vive no “Reino do Trololó”, nisto, do mundo e da vida, sou e sempre serei um crente nas palavras de Publio Terencio Afro, homo sum: nihil humani a me alienum puto. Nem tão-pouco alguma vez me espantei durante a liderança de Carlos Pereira, e foram dois anos e meios, nunca ter lido alguma palavra sua positiva ou de, pelo menos, reconhecimento público, pelo bom trabalho que estava a ser feito, nomeadamente na recredibilização do partido e no combate político ao PSD, que era assertivo, constante, com um fio condutor, identificando os problemas e apresentando as soluções, bem como a constante defesa da Região, na Assembleia da República, procurando que o Governo da República não esquecesse os madeirenses e porto-santenses, como sempre o faz, independentemente da cor política que toma conta das cadeiras em Lisboa.

Sabia-se bem ao que vinha e o que queria. Bastava ver o que escrevia num matutino regional em que as palavras prenhas de elogios, em particular aos presidentes das Câmaras Municipais do Porto Moniz e do Funchal, mais pareciam os israelitas à chegar à Terra Prometida depois de vaguear 40 anos no deserto. Como também bastou ver a pouca vergonha, o histerismo, a falta de educação, os berros, o desrespeito total para com os outros, de uma famosa Comissão Regional de 2017, antes do Verão, em que mais parecia ele e a maioria deles, os tais que fazem o que denomino de maior coligação negativa alguma vez vista, em que, repito, ninguém confia em ninguém, uma horda de bárbaros mongóis a destruir uma civilizada cidade chinesa.

Ainda bem que está a chegar a “Silly Season” para pelo menos durante um mês, deixar de lado a actualidade política regional e nacional. Até 2019, sobra mais do que tempo para “alfinetar” os que pensam que já foram e os que pensam que já chegaram quando, na verdade, nada disto ainda aconteceu, razão pela qual os comportamentos e o que por aí se lê, tanto de um lado, PSD, como do outro, PS-M, chegam a ser risíveis, bem como, e só a título de exemplo, falar de tanta coisa, género o vazio de conteúdos em que se transformou politicamente o PS-M, os murros na mesa, em Lisboa, que valem zero, os votos contra, mais os milhões que a República promete e nunca dá e a pouca vergonha que é a TAP nas ligações com a Região, mais o seu administrador madeirense não-executivo, que nada faz para resolver a situação e que ainda teve, despudoradamente, a lata de dizer, publicamente, que só ia lá à administração duas vezes por ano, certamente, digo eu, sem abdicar das senhas de presença.

Para quase terminar, esta semana não pude deixar de mais uma vez rir com a milésima notícia publicada na imprensa regional a dizer que a Câmara Municipal do Funchal vai renovar a Praça do Município. Desta vez, honra lhes seja feita, aos agentes e aos papagaios da notícia, escolhera uma bonita foto, muito artística, em que se vê reflectido, no chafariz, o palácio municipal – se fosse com vocês, fazia, um outdoor e dizia que a foto tinha ganho um prémio nacional, internacional, solar, galáctico, universal, nada a que o falso “Rei Midas” não esteja habituado a dizer, que fazer, em concreto, saber governar a cidade, isso é pedir demasiado.

E agora sim terminando, se Emanuel Câmara também vai abandonar a autarquia do Porto Moniz (convém relembrar que não o disse aquando da reeleição, numa jeitosa omissão,  como também convém relembrar, sempre e eternamente, que o  agora candidato ao Governo Regional disse aos funchalenses, aos madeirenses e porto-santenses, em pré-campanha e campanha, que iria cumprir todo o segundo mandato municipal na íntegra) e ser o número dois do Governo Regional, isso quer dizer que o número três serão Victor Freitas e Avelino da Conceição?! Cruzes credo, é bem caso para dizer, porque não confio mesmo nada nessa gente, vou ali e já não venho.

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