Os custos das empresas portuguesas por cada hora trabalhada aceleraram, nos primeiros três meses do ano. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no primeiro trimestre, o custo do trabalho disparou, em termos homólogos, 6,2%, quando tinha subido 1,4% no final de 2022. Para essa evolução, contribuíram os custos salariais, que aumentaram 5,9%, entre janeiro e março.
“No primeiro trimestre de 2022, o índice de custo do trabalho (ICT) registou um acréscimo homólogo de 6,2%. No trimestre anterior, tinha aumentado 1,4%”, avança o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã.
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No que diz respeito especificamente aos ordenados, os custos por hora trabalhada subiram 5,9%. Ora, nos últimos três meses de 2022, tinham crescido 1,4%, o que significa que houve agora uma aceleração.
Entre os vários sectores de atividade, os serviços registaram o acréscimo menos expressivo dos custos salariais (4,8%) enquanto a Administração Pública verificou a subida mais robusta (7,4%), o que é explicado pelo recuo das horas trabalhadas no Estado.
Quanto aos outros custos, depois de terem subido 1,6% no final do ano passado, dispararam agora 7,3%, entre janeiro e março.
“Os custos não salariais registaram variações superiores às dos custos salariais em todas as atividades económicas, o que poderá ser explicado pela normalização do pagamento das contribuições patronais das empresas que, durante a pandemia, aderiram ao regime de lay-off simplificado, ao apoio extraordinário à retoma progressiva ou ao novo incentivo à normalização da atividade empresarial, ficando isentas ou parcialmente dispensadas do pagamento das contribuições patronais”, destaca o gabinete de estatísticas.
O INE acrescenta que a explicar a evolução homóloga do ICT está também o acréscimo de 7,9% registado no custo médio por trabalhador e a subida de 1,5% do número de horas trabalhadas por trabalhador.
No que diz respeito ao custo por trabalhador, foi a construção que se destacou, com uma subida de 10,3%. Já a Administração Pública registou o menor aumento entre os vários sectores, 6,6%.
Apesar do aumento destes custos, os salários reais continuam a encolher por efeito dos níveis históricos de inflação. Os dados do INE mostram que na Função Pública a perda de poder de compra tem sido mesmo superior à registada pelos trabalhadores do privado, conforme escreve o Jornal Económico na edição desta semana.
Atualizada às 11h35
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