[weglot_switcher]

Da incerteza ao aumento de custos. Companhias aéreas enfrentam esta cinco ameaças no pós-pandemia

“Embora as perdas sejam significativamente reduzidas em 2021, a recuperação da indústria será demorada e cheia de desafios”, indica a Associação Internacional de Transportes Aéreos.
  • O transporte
22 Junho 2020, 13h29

Após três meses de paragem quase total, as companhias aéreas estão agora a definir as rotas a adotar no período pós-desconfinamento, mas a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) garante que o regresso do setor será desafiante, segundo o “El Economista”. “Embora as perdas sejam significativamente reduzidas em 2021, a recuperação da indústria será demorada e cheia de desafios”, revelou um relatório da IATA que estima que as empresas europeias encerrem o ano com menos 56% dos passageiros.

A IATA encontrou os cinco principais entraves ao regresso das viagens que vão desde a falta de confiança dos passageiros aos apoios estatais:

Confiança e procura

Os resultados do segundo relatório realizado pela IATA, nos últimos dois meses, demonstram uma crescente resistência a viagens, sendo que 45% dos inquiridos pretendiam voltar a viajar “alguns meses após” a remissão da pandemia, enquanto 36% assegurou que seriam precisos seis meses para voltar a entrar num avião.

Incerteza

Para operar é importante que as companhias aéreas consigam planear os meses que se seguem, mas os dados da IATA demonstram que as reservas, de longo prazo, para a primeira semana de novembro estão 59% abaixo do normal, mostrando que as pessoas estão a esperar por marcar novas viagens, não permitindo que o período do inverno, por exemplo, seja corretamente planeado.

Dívida

As companhias aéreas começaram 2020 com níveis de dívida relativamente baixos e os apoios fornecidos pelos governos impediram o setor de falir, mas deixaram-no numa posição enfraquecida a médio e longo prazo porque as empresas vão ter de devolver parte do dinheiro emprestado. “O panorama financeiro da indústria mudou muito. O retorno da dívida só prolongará a crise”, afirmou o presidente da IATA, Alexander Juniac.

Aumento de custos

Tendo em conta a redução de viagens e a ausência de lucros, o aumento de custos tornou-se uma das principais ameaças às companhias aéreas. Na Espanha, a Iberia e a Air Europa pediram ao Governo espanhol que estendesse o Expediente de Regulação Temporal do Emprego (lay-off) até dezembro de 2020 ou março de 2021. Atualmente, as empresas têm funcionado com a maioria dos trabalhadores em lay-off o que reduziu significativamente os custos com os funcionários, mas a IATA prevê que esses valores aumentem com a retoma e crescente procura das viagens.

Apoios estatais

Os diferentes apoios dos Governos poderão criar desigualdade entre as companhias aéreas.  Luis Gallego, diretor executivo da Iberia e Juan José Hidalgo, dono da Globalia, revelaram, ao “El Economista”, que será muito difícil competir na Europa com menos ajuda e que as companhias aéreas espanholas podem durar “menos do que um noticiário” tendo em conta as injeções na Alemanha, de 9 mil milhões para a Lufthansa ou na França, de 7 mil milhões para a Air France.

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.