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Da Luz ao Dragão: Benfica e FC Porto podem fazer maior investimento de sempre

Entre a Luz e o Dragão joga-se um clássico: quem gasta mais depois de uma época frustrante. Villas-Boas já vai a meio do maior investimento de sempre e Rui Costa tem eleições em outubro (um tónico que normalmente exige uma forte abertura dos cordões à bolsa.
14 Julho 2025, 07h00

Rui Costa e André Villas-Boas, os líderes máximos de SL Benfica e FC Porto, estão a preparar o plano para evitar o tricampeonato do Sporting CP e como vem nos livros, investir (e acertar nos alvos em que se investe) é (quase) sempre a melhor estratégia para se chegar ao topo.
Desde 2017/18, época em que foi introduzida a video-arbitragem (mais conhecido como VAR) na Liga Portuguesa, que nenhum clube repetia a conquista de um título de campeão em dois anos seguidos. Essa tradição foi quebrada pelos “leões” na época passada e agora, há que reforçar o investimento tanto na Luz como no Dragão.
Os dois presidentes preparam-se para investir muitos milhões na janela de transferências que já está aberta e se no Dragão essa pretensão é pública (Villas-Boas) já disse que o FC Porto vai bater recordes nas contratações (apesar de intervencionado pela UEFA), na Luz esse ato de abrir os cordões à bolsa será inevitável. O motivo? O mais velho de todos: eleições.
Curiosamente, as duas épocas em que SL Benfica e FC Porto mais investiram na sua história não estão assim tão distantes: em 2019/20, os “dragões”, treinados por Sérgio Conceição, bateram todos os recordes de investimento da SAD com uma verba investida de 63,25 milhões de euros. Em 2023/24, o SL Benfica quase dobrou essa cifra e daria a Roger Schmid um plantel de luxo para atacar a Liga: 111,5 milhões de euros. Como vamos ver, o forcing deu resultados completamente opostos.
Em 2017/18, ano de introdução do VAR em Portugal, o FC Porto cometeu o feito de impedir o pentacampeonato na Luz. O grande protagonista desta façanha foi Sérgio Conceição, e logo na primeira época como treinador dos azuis e brancos. No ano seguinte, o SL Benfica voltaria aos títulos e para impedir novo êxito do rival, Jorge Nuno Pinto da Costa avançou com maior investimento de sempre no “Dragão”. Note-se que nas épocas em que Sérgio Conceição treinou o FC Porto, as receitas foram quase sempre muito superiores às despesas e o técnico ficou conhecido por fazer muito com pouco.
Em 2019/20, essa tendência seria invertida: o FC Porto garantiu Luis Díaz, Matheus Uribe, Iván Marcano, Agustín Marchesín, Shoya Nakajima e Zé Luís. Fatura das duas janelas de mercado: 63,25 milhões de euros (e 94,4 milhões de euros garantidos em vendas). É certo que nem todos os reforços tiveram o impacto esperado no “Dragão” mas no final o FC Porto celebrou a “dobradinha” (Liga e Taça de Portugal. No início desta temporada, e na apresentação do novo técnico, o italiano Francesco Farioli, Villas-Boas prometeu um grande investimento: “Poderemos estar perante o maior mercado de sempre da história do FC Porto”. Para já, e ainda o final da janela vem longe, o FC Porto gastou quase 33 milhões de euros. A má época dos azuis e brancos em 2024/25 assim o exige.

Na Luz, o maior investimento da história da SAD foi de má memória para o SL Benfica. Na temporada desportiva de 2023/24, os “encarnados” procuravam ser o primeiro clube português a repetir a conquista de um título na era do VAR. Correu mal: o Sporting CP, catapultado por Viktor Gyokeres, foi a melhor equipa e terminou a Liga dez pontos à frente do SL Benfica. Nessa época, apenas conquistaria a Supertaça mesmo depois de um investimento acumulado de 111,5 milhões de euros.

Para os lados do Estádio da Luz, o verão promete ser quente e no futebol, altas temperaturas significam investimentos avultados. Rui Costa, presidente do SL Benfica desde outubro de 2021, apenas conquistou dois troféus: a Liga portuguesa em 2022/23 e a Supertaça na época 2023/24. Um dos maiores ídolos futebolísticos dos adeptos do SL Benfica vai a votos e como é natural, está pressionado para conseguir resultados: entrar na Liga dos Campeões, ganhar os nove jogos da Liga até à data das eleições e, muito importante, conquistar a Supertaça frente ao Sporting CP.
Como o atual presidente do SL Benfica tem o trunfo que os outros candidatos não têm (o poder de investir e investir sem paralelo), são muitos os nomes que se fala para o reforço do atual plantel e dois desses jogadores podem representar um investimento muito avultado. Falamos de Thiago Almada, cuja transferência pode ficar fechada por 35 milhões de euros por 60% do passe futebolístico e daquele que pode ser a contratação mais sonante da época: o avançado português João Félix que ainda é a maior venda de sempre da Liga: 127 milhões de euros.
O avançado internacional de 24 anos, cujo passe futebolístico pertence ao Chelsea FC, tem um ordenado anual estimado em 4,2 milhões de euros, ou seja, 83 mil euros por semana. O clube londrino contratou-o em 2024 ao Atlético de Madrid por 52 milhões de euros mas desde então, o português tem somado mais empréstimos que sucessos. O SL Benfica procura ser a solução para a carreira de João Félix, o avançado quer regressar à Luz e Jorge Mendes está a trabalhar nesse sentido. Mas o negócio afigura-se difícil e exige uma complicada engenharia financeira.
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