[weglot_switcher]

Daniel Chapo pede à Frelimo para preparar vitória nas eleições de 2028 e 2029

Daniel Chapo foi eleito em 09 de outubro quinto Presidente da República de Moçambique, num contexto de forte contestação e agitação social, em protestos convocados pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane – que não reconhece os resultados eleitorais -, durante os quais morreram mais de 360 pessoas, em cinco meses.
epa11826051 Mozambique’s President-elect Daniel Chapo holds a flag of the Presidential Pavilion during his inauguration ceremony as Mozambique’s fifth president at Independence Square in Maputo, Mozambique, 15 January 2025. On 23 December, Chapo, 48, was declared the winner of the presidential election by the Constitutional Council (CC) with 65 percent of the vote in the general elections held on 9 October, which included legislative and provincial assembly elections also won by Frelimo. EPA/LUISA NHANTUMBO
3 Abril 2025, 18h20

O presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, pediu hoje ao partido para preparar a vitória nas autárquicas de 2028 e gerais de 2029.

“Enquanto os outros pensam ainda no ano passado, nós, como a Frelimo, temos que começar a pensar em 2028 e 2029, porque a vitória prepara-se e a vitória organiza-se”, afirmou na abertura da IV sessão ordinária do Comité Central da Frelimo, que vai decorrer durante três dias na Matola, arredores de Maputo.

“Aproveitemos ao máximo esta sessão para manter o partido na vanguarda dos destinos dos moçambicanos. A Frelimo tem este princípio de que a vitória prepara-se, a vitória organiza-se. Vamos fazer uma reflexão profunda sobre as eleições de 09 de outubro, mas igualmente preparar as nossas vitórias de 2028 e 2029”, acrescentou o presidente da Frelimo na mesma intervenção.

Daniel Chapo foi eleito em 09 de outubro quinto Presidente da República de Moçambique, num contexto de forte contestação e agitação social, em protestos convocados pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane – que não reconhece os resultados eleitorais -, durante os quais morreram mais de 360 pessoas, em cinco meses.

Chapo pediu à Comissão Política do partido uma reflexão sobre os fatores que conduziram às manifestações pós-eleitorais, dentre as quais, destacou, “as dificuldades do Governo em prover necessidades básicas à população, a intolerância política instalada na sociedade, a postura da arrogância e falta de humildade de alguns dirigentes que cria distanciamento com as nossas populações”, pedindo ações para o partido “tirar o país da atual crise”.

O líder da Frelimo e Presidente de Moçambique quer também para ações que confiram ao partido “dignidade” para continuar a governar o país, incluindo o aprofundamento da democracia interna, pelo que pediu aos membros maior abertura a críticas, face aos desafios do país.

“Devemos estar mais abertos ao debate, à crítica, autocrítica, evitando colocar-nos numa posição defensiva. Convidamos a todos os membros do órgãos e convidados a sair fora da caixa, reconhecer nossas fragilidades, assumir nossas fraquezas como organização e articular estratégias eficazes que nos conduzam à nossa autossuperação e ao reforço de coesão e de verdadeira união no seio do partido”, defendeu.

Ainda na intervenção de abertura, Chapo instou ao Comité Central para discutir a orientação ideológica dos membros da formação partidária, apontando ser essencial para se manter a unidade nacional e o patriotismo.

“A Frelimo tem a grande missão de descer às bases com uma mensagem de paz, amor, perdão, reconciliação, harmonia entre os irmãos moçambicanos, explicando a verdadeira verdade eleitoral. É fundamental voltar para junto das populações para desconstruir as narrativas do evangelho do ódio semeadas por algumas forças políticas, que tem criado luto, dor e perdas incalculáveis”, disse Chapo.

A IV sessão do Comité Central decorre até sábado na Escola Central da Frelimo e vai analisar essencialmente assuntos de gestão interna, incluindo relatórios das estruturas do partido e a proposta do Plano de Atividades e Orçamento para 2025.

De acordo com informação da Frelimo, a reunião vai ainda analisar a proposta do Programa Quinquenal do Governo (2025-2029) e a proposta do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado para 2025, ambas já apresentadas à Assembleia da República.

Os membros efetivos do Comité Central da Frelimo voltam a reunir-se depois de, em fevereiro, terem escolhido, sem surpresa, Daniel Chapo para presidente do partido e Chakil Aboobakar para secretário-geral, após votação no principal órgão entre congressos.

O Presidente moçambicano assumiu em 14 de fevereiro a liderança da Frelimo, tendo sido candidato único a suceder à liderança de dez anos, no país e no partido, de Filipe Nyusi.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.