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Dar gás à transição energética

O gás natural, incluindo o hidrogénio verde e os outros gases renováveis, serão uma parte fundamental do processo de Transição Energética.
29 Maio 2020, 09h55

Esta sexta-feira, dia 29 de maio, cumpre-se o Dia Mundial da Energia, que visa mobilizar e motivar as organizações e os consumidores para a necessidade desenvolverem estratégias de eficiência e poupança energética.

Uma efeméride que, este ano, fica marcada pela aprovação, muito recente (a 21 de maio), pelo Conselho de Ministros, do Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 e ainda pela aprovação da Estratégia Nacional para o Hidrogénio. Estes dois instrumentos da política energética destacam de forma inovadora o hidrogénio verde e outros gases renováveis, como intervenientes principais na descarbonização da economia nacional.

É hoje incontornável a complementaridade entre os setores do gás natural e da eletricidade nesta fase de transição energética. O gás natural ganha cada vez mais, um papel primordial neste futuro rumo à descarbonização: não só porque é uma fonte de energia mais limpa do que outras, nomeadamente o carvão e o petróleo, mais barata e, por isso, mais competitiva.

É também fundamental no quadro da produção de energias renováveis, por ser a melhor solução para compensar as intermitências, quando não há água, sol ou vento. Sem o gás natural, as renováveis não conseguirão garantir os níveis de produção necessários para cumprir os objetivos definidos nos planos da agenda Clima e Energia.

Neste caminho da sustentabilidade, o hidrogénio e outros gases renováveis, assumem um papel determinante nos vários sectores da economia, quer porque permitem alcançar níveis mais elevados de incorporação de fontes renováveis de energia no consumo final, quer porque também tendo em conta a sua flexibilidade e complementaridade, permitem acelerar a descarbonização do sector elétrico, por via do consumo, armazenamento e produção.

Importa ainda salientar que o hidrogénio e outros gases renováveis, nomeadamente o biometano incorporam os desígnios da denominada “economia circular”. A sua produção a partir de recursos endógenos (hidrogénio) ou da conversão da matéria orgânica biodegradável (biometano) são promotores do desenvolvimento regional e contribuem decisivamente para a segurança e menor dependência na importação energética.

A ideia de que Portugal pode vir a ser um exportador de energia, por via da massificação das tecnologias de produção renovável, consolida com os gases renováveis uma trajetória de descarbonização da economia nacional.

O Grupo Dourogás como líder no mercado nacional, na comercialização de gás natural para veículos, tem vindo a desenvolver diversos investimentos na produção de gases renováveis. Num dos projetos de I&D de referência do Grupo, foi possível comprovar que é possível e eficiente produzir combustível para veículos a partir de resíduos sólidos urbanos. Este é um exemplo de um projeto que pode, facilmente, ser replicado em vários locais, aproveitando recursos que por vezes não são utilizados e contribuindo para colocar Portugal na dianteira da descarbonização e da Agenda Verde europeia.

Vivemos, pois, momentos de profunda mudança no sector da energia e é por esse motivo fundamental animar as discussões relativamente às infraestruturas energéticas nacionais. É imperativo que sejam promovidos os consequentes investimentos nas infraestruturas, com embargo de as mesmas se tornarem desadequadas, tendo em conta os diversos investimentos em curso ao nível da produção de renováveis.

No caso do hidrogénio verde e dos gases renováveis a sua flexibilidade permitirá diversos usos e aplicações, sendo essencial a sua injeção e veiculação nas redes de gás natural. Só desta forma será possível reinventar e revalorizar estes ativos, tornando às redes de distribuição nas novas autoestradas da modernidade energética e contribuir para fornecer aos consumidores energia mais limpa e barata.

De uma forma totalmente integrada e sustentável, o gás natural, incluindo o hidrogénio verde e os outros gases renováveis, serão uma parte fundamental do processo de Transição Energética.

Com o PNEC 2021-2030 aprovado e a moldar a agenda ambiental para a próxima década, e num momento em que se promove o regresso à “normalidade” depois do período de confinamento, em que se repensam as políticas de flexibilidade laboral e as normais práticas sociais – com o impacto que tal mudança de paradigma terá ao nível da mobilidade e da qualidade de vida das sociedades –, vale a pena pensar na energia que queremos para o nosso futuro. E, já agora, na indústria de energia que pretendemos.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática, na nota que enviou a dar conta da aprovação do plano, avançou que o desenvolvimento de uma indústria inovadora e competitiva é também uma das metas do PNEC, que deverá ser alcançada com “a modernização industrial através da inovação, descarbonização, digitalização e circularidade.”

Como líder nacional no Gás Natural Renovável, o Grupo Dourogás assume, também para si, o compromisso de encabeçar este movimento de disrupção no setor. O hidrogénio verde e o biometano já estão a escrever o futuro.

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