Tinha 90 anos e dedicou perto de 70 ao teatro. Dario Fo, Nobel da Literatura em 1997, foi escritor, ator, dramaturgo, cómico e pintor, numa espécie de abrangência irrequieta que o aproximou do conceito de artista completo. Morreu após internamento no hospital Sacco de Milão devido a dificuldades respiratórias.
No passado dia 20 de setembro apresentara o último livro, intitulado Darwin, tendo pouco antes realizado uma exposição da sua obra gráfica no Palazzo del Turismo, em Cesenatico. Matteo Renzi, primeiro-ministro de Itália, já expressou o seu pesar pelo desaparecimento de tão grande personalidade da Cultura.
Fo nasceu em Sangiano, a 24 de março de 1926. Durante a formação na Accademia delle Belle Arti e no Politecnico trava conhecimento com os pintores Morlotti, Treccani, Crippa, Trevisani, Peverelli, Cavaliere e Emilio Tadini. Há-de abandonar o curso de arquitetura em plenos anos 50 e apresentar-se ao ator Franco Parenti com uma proposta de monólogos para a rádio. Os primeiros sinais de sucesso levam-no à estreia no teatro com Il dito nell’ochio.
Desta manifestação de vontade de mudar nasce a companhia Nuova Scena e, já na década de 70, o Colletivo La Comune com o qual se fixa na Palazzina Liberty de Milão. Pouco antes surge a obra-prima Mistero Buffo que apresenta num teatro de La Spezia. O êxito mundial é acompanhado pela ira do Vaticano. Indiferente à controvérsia segue com Morte accidentale de un anarchico, Non si paga, non si paga, Pum, pum! chiè? la polizia e Fanfani rapito.
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