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DBRS: Brexit pode vir a ser novamente adiado ou até mesmo cancelado

A agência de notação financeira canadiana prevê que a economia de terras de Sua Majestade continue a crescer, mas a um ritmo mais lento.
23 Abril 2019, 11h39

A DBRS considera que a extensão da data do Brexit para depois das eleições europeias mostra as “profundas divisões” existentes no interior de cada um dos principais partidos políticos do Reino Unido. Para a agência de notação financeira canadiana, esse adiamento trará à tona, gradualmente, implicações económicas e financeiras.

Em termos políticos, os analistas antecipam que, na ausência da improvável ‘luz verde’ do acordo de saída de Theresa May ou da aprovação de uma alternativa partidária cruzada, o Reino Unido vá mesmo a eleições para o Parlamento Europeu a 23 de maio. Se isso acontecer, a DBRS acredita que haja um novo adiamento além do 31 de outubro. A extensão e as eleições europeias também aumentam as perspetivas de o Brexit não acontecer”, diz.

A DBRS prevê que a economia de terras de Sua Majestade continue a crescer, mas a um ritmo mais lento, em linha com a maioria das projeções económicas. Contudo, lembra que a incerteza continuará a pesar no PIB Reino Unido, nomeadamente porque várias decisões de investimento são adiadas e há negócios que são transferidos para outros países da Europa.

“Um eventual acordo sobre se o Reino Unido permanece ou sai da União Europeia, e o tipo de relação futura com que sai, pode muito bem levar uma década até ser concluído. O caminho a seguir não é claro”, referem os analistas, num documento divulgado esta terça-feira. A análise dá ainda o exemplo do ‘Centre for European Reform’, que estima um custo deste divórcio em 2,3% do PIB (desde junho de 2016 até ao quarto trimestre de 2018) – custos da desaceleração que, para esta agência de rating, ainda continuam “manobráveis”.

Ainda assim, a DBRS manteve rating de crédito do Reino Unido em AAA, com tendência estável, apesar dos impasses políticos e económicos desde o referendo de 2016, porque acha que a economia e as instituições britânicas são “resilientes o suficiente” para suportar quaisquer cenários de saída sem que o perfil de crédito seja prejudicado.

“Aquelas entidades que, por motivos regulamentares ou empresariais, necessitam de localizações na União Europeia já implementaram em grande parte planos de reposicionamento, ou pelo menos, estratégias descritas. As empresas que continuam a ver o Reino Unido como um local competitivo, provavelmente, já tomaram a decisão de permanecer, supondo que sejam capazes de o fazer”, explica a DBRS.

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