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DBRS mantém notação da dívida soberana nacional em ‘BBB (alto)’ mas deixa avisos

A agência de notação financeira manteve a classificação atribuída à dívida soberana portuguesa, em linha com os elogios que havia deixado em julho sobre a capacidade nacional de fazer frente a uma crise do género.
18 Setembro 2020, 21h02

A DBRS manteve esta sexta-feira a notação da dívida soberana portuguesa em ‘BBB (alto)’, e a perspetiva da economia como ‘estável’. A agência de avaliação de crédito optou por deixar inalterada a classificação atribuída à capacidade de financiamento de Portugal, ainda que tenha deixado alguns reparos numa nota de publicação.

Dada a sua “pequena economia aberta” e grande exposição ao turismo, setor que contraiu severamente com as medidas de contenção da pandemia de Covid-19, o horizonte é “incerto”, lê-se no relatório associado à avaliação. A agência antecipa, portanto, que a performance da economia nacional dependerá fortemente da “interação entre a pandemia, políticas implementadas em Portugal e no resto do mundo, e possíveis alterações na procura global”.

Também a melhoria das finanças públicas, nomeadamente a situação de excedente orçamental vivida no ano passado e a diminuição do rácio dívida-PIB, além da diversificação e melhoria das exportações e aumento do investimento privado são elogiados. Outro dos fatores assinalados na manutenção do rating da dívida portuguesa é a adesão às políticas e diretrizes financeiras da União Europeia, que “ajudam a promover políticas macroeconómicas credíveis e sustentáveis”.

A agência de notação financeira havia já este ano mantido a sua avaliação da dívida portuguesa, numa avaliação calendarizada a 20 de março. Ainda assim, já na altura deixara avisos de que o país deveria, no mínimo, experienciar um abrandamento da economia dada a propagação do novo coronavírus, que iria criar fortes constrangimentos no setor do turismo e na indústria.

Por outro lado, uma análise divulgada a 30 de julho salientava as melhorias na capacidade da economia nacional de fazer frente a uma crise do género, sobretudo pela consolidação orçamental que fez, mas também pela menor probabilidade de ter de assumir o controlo de grandes passivos contingentes de empresas como a TAP ou o Novo Banco, algo que condicionou a gestão da última crise económica.

Na semana passada, havia sido a Standard&Poor’s a manter a avaliação que faz da dívida soberana nacional, que classifica como ‘BBB’. Também já em 2020, a Moody’s manteve inalterada a sua avaliação da dívida portuguesa em ‘Baa3’, com uma perspetiva ‘positiva’. Já a Fitch deliberou, em abril, que o cenário económico português exigia uma revisão não agendada da perspetiva nacional de ‘positiva’ para ‘estável’.

[atualizado às 21h19]

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