O sector imobiliário português parece não estar, por enquanto, numa verdadeira bolha especulativa, embora os preços se estejam a aproximar de um teto relevante, continuando a subir ao contrário da generalidade dos países da zona euro. O baixo desemprego e o apetite internacional pelas propriedades ainda baratas, em comparação com a média europeia, devem sustentar o mercado nos próximos trimestres, projeta a DBRS, mas os problemas podem começar a sentir-se.
Com um mercado cronicamente em falta de oferta, Portugal tem experienciado contínuos aumentos dos preços da habitação, ao contrário da generalidade da zona euro, onde a subida dos juros levou a uma quebra no mercado imobiliário. Isto combinado com o desemprego baixo e o aumento na emigração “tornam a possibilidade de uma queda abrupta dos preços menos provável”, escrevem os analistas da DBRS Morningstar, que falam em preços a atingir “um teto”.
A instituição financeira destaca a evolução mais recente do mercado em Portugal comparando com o resto da moeda única: enquanto os preços da habitação caíram 2,1% em termos homólogos no terceiro trimestre do ano passado no bloco euro, em Portugal avançaram 7,6%, um desfasamento claro em termos da tendência verificada no resto da Europa.
Ao mesmo tempo, os juros de referência têm subido, o que deveria ter um impacto num país com uma exposição anormalmente elevada a taxas variáveis, mas o facto de cerca de 80% da população ter já casa própria pode significar que “a ligação entre os mercados imobiliário e de crédito pode ser menos forte do que noutros países”.
Por outro lado, o fim dos vistos gold deve retirar alguma da pressão criada pelo excesso de procura de parte dos estrangeiros, tal como o regime dos residentes não habituais, duas formas populares para cidadãos de fora de Portugal adquirirem casa num país muito procurado ultimamente.
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