Os bancos espanhóis continuam a apresentar fortes resultados no terceiro trimestre deste ano, num período em que tipicamente há uma quebra na atividade. Há também uma melhoria da qualidade dos ativos que poderá, alerta a DBRS, deteriorar-se após as cheias que assolaram Espanha nos últimos dias. Ainda assim, a agência estima que será uma situação que o setor bancário conseguirá gerir.
“Os [bons] resultados do terceiro trimestre deveram-se à concessão de novos empréstimos, especialmente para a compra de casa, e à diminuição das provisões. A maioria dos bancos [espanhóis] melhorou a qualidade dos ativos, em comparação com o trimestre anterior, à boleia de uma redução do crédito malparado e dos empréstimos em Stage 2 [créditos em que há maior risco de haver perdas]”, afirma a agência numa nota divulgada esta quinta-feira.
Nesse sentido, os analistas da DBRS “mantêm a perspetiva de que os resultados no conjunto de 2024 serão ainda melhores do que os já extraordinários números apresentados em 2023, suportados por volumes mais elevados de crédito, juros mais elevados do que estimado inicialmente na primeira metade de 2024, gestão proativa da margem financeira e contribuições mais baixas para o Fundo de Garantia de Depósitos e Fundo Único de Resolução”.
No entanto, referem, “as recentes cheias em Valência podem traduzir-se em provisões mais elevadas para fazer face a perdas de crédito e pode haver alguma deterioração da qualidade dos ativos”, apontando que os bancos com maior exposição a Valência são o Grupo Cooperativo Cajamar e o Sabadell, seguidos pelo Bankinter e Caixabank.
A agência antecipa, ainda assim, “os bancos vão conseguir gerir este evento”, pois têm “capacidade para absorver potenciais perdas”. Os analistas esperam ainda que o governo espanhol adote algumas medidas, incluindo layoffs temporários, que podem ajudar a mitigar a deterioração da qualidade dos ativos.
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