A decisão sobre o plano de insolvência de Trust in New (TiN), hoje discutido, fica a aguardar os votos por escrito requeridos por vários credores, como as Finanças e a Segurança Social, que têm 10 dias para os enviar.
O plano de insolvência foi discutido e votado em assembleia de credores, no Tribunal de Sintra, mas a sua aprovação ou ‘chumbo’ só será conhecido após a receção dos vários votos por escrito requeridos por credores, entre os quais a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e o Instituto da Segurança Social, com peso preponderante.
O tribunal concedeu 10 dias para o envio dos votos, e dará depois a conhecer o resultado da votação.
O plano da TiN, que detém publicações como a Visão e a Exame, prevê a injeção de um valor de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único, Luís Delgado.
Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, a TiN propõe aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.
O plano mantém ainda a intenção de suspender, licenciar ou vender publicações deficitárias como TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Visão Surf e This Is Portugal, sendo que, “com exceção da Telenovelas, todas as outras publicações já estão suspensas”.
Prevê ainda um ajuste na periodicidade, se necessário, de algumas revistas, mantendo apenas as mais rentáveis, além da redução de 70% do espaço físico (50% já foi reduzido) e o encerramento da delegação no Porto.
Será ainda reduzido “o quadro de funcionários, proporcional à suspensão publicações, com reestruturação interna”.
A empresa conta atualmente com 104 trabalhadores, indicou, e estima que “os custos com pessoal não poderão ultrapassar os 250 mil euros/mês, objetivo alcançável, com o apoio e intervenção do administrador da insolvência”, referiu.
Quanto ao pagamento das dívidas proposto, será faseado, no caso da AT e Segurança Social em 150 prestações, além de um “plano de pagamento de 12 a 15 anos para credores comuns e garantidos” e da “possibilidade de permuta de publicidade para pagamento de parte das dívidas”.
Para aumentar receitas, o plano prevê o “aumento de assinaturas digitais e melhoria da plataforma de ‘e-commerce’”, parcerias “estratégicas com outros grupos editoriais”, a “exploração de novos formatos de conteúdo, como ‘podcasts’ e vídeos”, e o “licenciamento de marcas para gerar receita adicional”.
Quanto ao impacto desta reestruturação, a empresa aponta uma “melhoria gradual da rentabilidade, com um retorno a resultados positivos esperado a médio prazo”, evitando-se assim a liquidação da empresa e “preservando postos de trabalho e ativos”. Ficará, segundo o plano, ajustado “o modelo de negócio para um formato mais sustentável, alinhado às tendências digitais”, garantindo ainda o “pagamento aos credores, comparativamente a um cenário de liquidação, onde muitos não receberiam seus créditos”.
O plano prevê também a “criação imediata de uma ‘Task Force’ com dois diretores editoriais, diretora comercial, diretora financeira e diretor de recursos humanos, com a tarefa de reanalisar todos os custos e contratos passíveis de serem renegociados ou cessados, sem qualquer penalização para a empresa, e apresentar medidas e sugestões para aumentar as receitas, tendo em conta os recursos existentes” e os melhores exemplos nacionais e internacionais. As sugestões deste órgão “serão implementadas após aprovação da gerência e do administrador da insolvência”.
A proposta para a continuidade da TiN, mediante a apresentação de um plano de insolvência num prazo de 30 dias, foi aprovada em assembleia de credores, em 29 de janeiro, mantendo-se os títulos em atividade.
Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e digital.
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