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DECO defende consumo de proteína vegetal

No Dia Mundial das Leguminosas, a DECO com as organizações ProVeg Portugal e ZERO reforçaram a importância de alimentos, como feijão, fava, ervilha, tremoço e grão-de-bico, para a segurança alimentar, sustentabilidade ambiental e nutrição humana, e reivindicaram a implementação urgente de uma Estratégia Nacional para o Consumo de Proteína Vegetal em Portugal, algo já prometido pelo Governo.
14 Fevereiro 2025, 07h45

No Dia Mundial das Leguminosas, a DECO com as organizações ProVeg Portugal e ZERO reforçaram a importância de alimentos, como feijão, fava, ervilha, tremoço e grão-de-bico, para a segurança alimentar, sustentabilidade ambiental e nutrição humana, e reivindicaram a implementação urgente de uma Estratégia Nacional para o Consumo de Proteína Vegetal em Portugal, algo já prometido pelo Governo.

Leguminosas e a saúde humana

A alimentação inadequada em Portugal é um dos principais fatores responsáveis pela redução dos anos de vida saudável e pelo aumento da mortalidade, de acordo com o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS).

“O consumo regular de leguminosas e derivados, enquanto principal fonte proteica, pode ajudar a reduzir o colesterol e a melhorar o funcionamento intestinal. O seu elevado conteúdo de fibras solúveis torna-as uma boa estratégia para a redução do colesterol LDL e para o controlo dos níveis de açúcar no sangue, sendo especialmente benéficas para pessoas com diabetes e com maior risco cardiovascular. Quase todas as diretrizes alimentares nacionais, incluindo as diretrizes portuguesas, recomendam o consumo regular de leguminosas.”, afirma o nutricionista Lucas Oliveira.

 A solução que a agricultura e o ambiente precisam

O cultivo de leguminosas tem também um impacto positivo na sustentabilidade agrícola. Graças à sua capacidade de fixação biológica de azoto, estas plantas reduzem a necessidade de fertilizantes sintéticos, ajudando a mitigar a poluição e as emissões de gases com efeito de estufa, melhorando, ainda,  no solo a atividade do microbioma  Estudos indicam que a introdução de leguminosas na rotação de culturas pode reduzir perdas de azoto no solo entre 15% e 30%, promovendo uma agricultura mais sustentável e eficiente. As leguminosas apresentam também uma pegada de carbono reduzida, tornando-se assim um elemento essencial para sistemas alimentares sustentáveis.

Segundo a FAO, o cultivo de leguminosas requer significativamente menos água do que outras fontes de proteína – apenas 1250 litros de água por quilograma de leguminosas (em comparação com 13 mil litros para a mesma quantidade de carne de vaca). Acresce que os países situados na Orla Mediterrânica, como Portugal, possuem um clima favorável ao cultivo de leguminosas, caracterizado pela abundância de luz solar e por invernos suaves.

 A queda de produção e a dependência de importações

Mas, nos últimos anos, a produção nacional de leguminosas caiu drasticamente, levando a uma forte dependência de importações. Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que a taxa de autosuficiência de leguminosas secas em Portugal é de apenas 14%.  Ou seja, Portugal está longe de produzir a quantidade de leguminosas que consome. Segundo Pedro Horta, “a produção de leguminosas deveria ser considerada uma prioridade nacional, não apenas pela sua contribuição para a segurança alimentar, mas também pelos benefícios ambientais que oferecem ao solo e à biodiversidade.”

 O apoio político à proteína vegetal em Portugal

Garantir que os consumidores tenham acesso facilitado a estas opções alimentares é urgente. Ana Tapadinhas, Diretora-Geral da DECO, reforça a importância de colocar os consumidores no centro desta transformação: “Para que os consumidores possam fazer escolhas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e acessíveis é fundamental que existam condições que tornem esse acesso uma realidade. As leguminosas, pelo seu valor nutricional, preço acessível e baixo impacto ambiental, são uma solução essencial para um consumo mais equilibrado e responsável. Cabe às políticas públicas assegurar que estas opções estejam ao alcance de todos, promovendo informação clara, incentivos adequados e um mercado que responda às necessidades dos consumidores.”

 O que já está a ser feito pela proteína vegetal?

Em Portugal, o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030) inclui uma linha de ação para promover dietas de baixo carbono, e reflete o compromisso do Governo português em criar uma estratégia nacional para promover o consumo de proteína vegetal, nomeadamente de leguminosas, capacitar e reforçar a oferta de refeições de base vegetal nas cantinas públicas e dinamizar campanhas de divulgação acerca dos benefícios do consumo das proteínas vegetais. A medida foi considerada um avanço importante, embora desafios, como falta de financiamento, prazos longos e ausência de métricas de impacto, ainda persistam.

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