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Degelo no Ártico traz “novas oportunidades para o comércio”, acredita secretário de Estado norte-americano

Apesar dos constantes alertas sobre as consequências catastróficas que o degelo no Ártico pode provocar, o secretário-geral de Donald Trump realça os benefícios económicos que este flagelo pode trazer para os EUA e para o mundo.
7 Maio 2019, 18h14

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que o derretimento do gelo marítimo no Ártico pode gerar novas oportunidades económicas, apesar dos constantes alertas sobre as consequências catastróficas que o degelo pode provocar.

Durante a cimeira do Conselho do Ártico, em Rovaniemi, na Finlândia, Pompeo explicou que “o Ártico está na vanguarda de oportunidade e abundância”.

“A zona abriga 13% do petróleo não descoberto do mundo, 30% do gás não descoberto, uma abundância de urânio, minerais de terras raras, ouro, diamantes e milhões de quilómetros de recursos inexplorados e abundância de pesca”, enumerou o diplomata norte-americano.

Para além dos benefícios que alega existirem naquela zona, Pompeu referiu que as constantes reduções na massa congelada poderão facilitar os trajectos marítimos. “Isso poderia reduzir potencialmente o tempo necessário para viajar entre a Ásia e o Ocidente em até 20 dias”.

Esta reunião do conselho tinha como objetivo desenhar uma agenda de dois anos para equilibrar os desafios das alterações climáticas com o desenvolvimento sustentável da riqueza mineral.

Contudo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Timo Soini, disse que a declaração conjunta estava “fora da mesa” e que seria substituída por uma breve declaração dos ministros presentes na conferência. Sobre a posição dos EUA, uma fonte diplomática revelou à “Reuters” que o secretário de Estado recusou-se a assinar, por discordar com a declaração que afirma que as alterações climáticas são uma séria ameaça ao Ártico.

De acordo com o Programa de Pesquisa de Mudança Global dos EUA, a perda de gelo no mar leva a que a temperatura da água global fique mais alta, o que, por sua vez, leva a um maior degelo marinho.

No relatório é referido também que “a perda de gelo aumenta o risco de erosão ao longo das costas e altera a presença de espécies marinhas em certas áreas, afetando os stocks comerciais de peixes e as economias de algumas cidades costeiras”.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica informou em março de 2019 que “desde que as medições por satélite começaram no final dos anos 70, a extensão do gelo do Ártico diminuiu em todos os meses e praticamente todas as regiões, com exceção do Mar de Bering durante o inverno”.

O discurso foi feito no mesmo dia em que um relatório da ONU alertou que um milhão de espécies estavam em risco de extinção devido à ação humana, incluindo as alterações climáticas.

https://jornaleconomico.pt/noticias/e-urgente-agir-perda-catastrofica-de-biodiversidade-ameaca-humanidade-alerta-onu-440947

Durante o discurso, Pompeo não deixou de referir as contribuições dos EUA na luta contra o aquecimento global. “Os Estados Unidos estão a atingir as reduções ao estilo americano: através de trabalho científico, através da tecnologia, através da construção de infraestruturas energéticas seguras, e através do nosso crescimento económico”, disse Pompeo. “Os EUA são o líder mundial a cuidar do meio ambiente”, disse ele.

 

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