[weglot_switcher]

Depois das redes de pesca, a Skizo quer transformar algas invasoras em têxtil

A startup portuguesa que dá uma nova vida ao plástico retirado dos oceanos está na Web Summit para atrair capital de risco de forma a desenvolver a área de inovação tecnológica, diz ao JE a CMO, Andreia Coutinho.
4 Novembro 2022, 15h01

A portuguesa Skizo está na Web Summit para atrair capital de risco, que pretende direcionar para a unidade de inovação tecnológica, confirma a CMO Andreia Coutinho ao Jornal Económico (JE).

A startup, que se dedica à recolha e transformação de plásticos retirados do oceano em têxtil, surgiu em 2019, e até agora tem sido movida a capitais próprios, adianta ainda a responsável ao JE. “Só este ano é que comçeámos à procura de investimento externo – capital de risco, sim – até aqui tem sido só capital próprio”,  diz.

A expectativa é “aumentar a nossa parte de inovação tecnológica, porque já fazemos esta transformação com o plástico, com as redes de pesca”, continua Andreia Coutinho. “Neste momento, transf0rmamos plástico e redes de pesca também com a ajuda da Marinha Portuguesa”, além de pescadores, acrescenta.

Esta sinergia aproveita as visitas que a Marinha já faz para realizar vistorias em embarcações. “Eles recolhem as redes de pesca e não sabem que fim lhes haveriam de dar”, explica a responsável ao JE.

A recolha, a separação do plástico e do lixo, a transformação – “tudo é feito cá”, garante Coutinho, dizendo ainda que a startup entra agora numa nova aposta: “Estamos em fase de estudos para transrformar também algas invasoras em têxtil”, adianta.

A investigação tem sido feita até agora com as universidades. “São eles quem inicia esta fase de estudos e que têm, obviamente, o know-how. Nomeadamente, a Universidade do Minho”, sublinha.

Na Web Summit, que encerra esta sexta-feira, a Skizo esperava fechar algum investimento. Tal, ainda não aconteceu. “Mas temos tido muitas reuniões e contactos feitos, sentimos um feedback extraordinário dos investidores e partners”, garante Andreia Coutinho.

Atualmente, a startup produz sobretudo calçado através do plástico recolhido. Há também bolsas, malas e óculos de sol, mas o produto mais chamativo – e aquele que merece o destaque no stand da Web Summit é um saco que retém os microplásticos durante a lavagem da roupa. “É um dos grandes problemas do nosso oceano e, já, do nosso corpo”, alerta a responsável.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.