O Bloco de Esquerda (BE) entregou esta quinta-feira um projeto de resolução com vista à nacionalização da Groundforce. Os bloquistas pedem ao Governo que assuma o controlo público da empresa de ‘handling’, através do resgate das ações do acionista privado Pasogal, e garanta o pagamento dos salários em atraso, sublinhando a importância da empresa no setor do setor da aviação, comércio e turismo.
No projeto de resolução entregue na Assembleia da República, o BE defende que a Groundforce é “uma empresa estratégica sustentável para o sector da aviação e para o país” e que a sua “viabilidade financeira tem sido comprovada, ano após ano, pelos seus resultados positivos e praticamente ausência de passivo”. “A importância que a SPdH – Groundforce tem no comércio e no turismo é inquestionável, para além de representar um pilar do sector da aviação pela sua reconhecida capacidade operacional”, destaca.
“Apesar destas decisões com fortes efeitos nos trabalhadores e trabalhadoras, a SPdH – Groundforce é uma empresa com uma situação económico-financeira invejável, evidenciado pelo facto de em 2019 ter distribuído 11 milhões de euros de dividendos (relativos ao exercício de 2018) e se ter preparado para distribuir um bolo ainda maior relativamente ao exercício de 2019”, notam os bloquistas.
O grupo parlamentar do BE sustenta, por isso, que é “inaceitável” a situação em que se encontram os 2.400 trabalhadores da Groundforce, que estão sem receber o salário desde fevereiro. Alerta ainda, caso a empresa não pague os salários até ao dia 12 de março, “pode ser colocado em causa o pagamento do apoio extraordinário à retoma progressiva de que a empresa tem vindo a beneficiar”.
“O Governo deve agir em conformidade e resgatar para o controlo público uma empresa nuclear para o sector, em particular para a TAP – sua principal cliente e acionista com 49,9% das ações –, de modo a salvaguardar o pagamento de salários aos trabalhadores e garantir o fim do recurso a trabalhadores com vínculos precários”, sublinha o BE.
Para isso, o BE quer que o Governo resgate para o controlo público das ações da Pasogal, que é o acionista maioritário da empresa (detém 50,1% da Groundforce).
A recomendação dos bloquistas surge depois de, na quarta-feira, o PCP ter apresentado também um projeto de resolução, onde exige a “intervenção imediata” do Governo na Groundforce, com vista à sua nacionalização. Os comunistas consideram que a situação na Groundforce é de “extrema gravidade e urgência” e defendem que o Executivo deve tomar medidas para assegurar o pagamento de salários e salvar a empresa.
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