O deputado do PSD Álvaro Almeida manifestou-se contra a intenção defendida pelo líder social-democrata Rui Rio de adiar as eleições autárquicas por dois meses, realizando-se entre 22 de novembro e 14 de dezembro, escrevendo no Twitter que está em causa “um pensamento revelador de falta de bom senso”.
“Vi dizer-se que eleições daqui a oito meses não serão democráticas porque não se pode fazer campanha, mas se forem daqui a dez meses já poderemos ter uma campanha democrática”, escreveu na manhã deste sábado Álvaro Almeida, que tem sido um dos membros do grupo parlamentar do PSD mais desalinhados com a liderança do partido e questiona que seja possível “prever a esta distância uma alteração tão súbita e radical das condições sanitárias”.
Vi dizer-se que eleições daqui a oito meses não serão democráticas porque não se pode fazer campanha, mas se forem daqui a dez meses já poderemos ter uma campanha totalmente democrática. Um pensamento revelador. De falta de bom senso. 1/2
— Alvaro Almeida (@alvalmeida) February 13, 2021
“Quando se trocam os princípios pela tática rapidamente se entra em contradição”, escreveu o eleito pelo círculo do Porto, e candidato do PSD à presidência da Câmara do Porto em 2017, um dia depois de Rui Rio ter justificado a apresentação de uma iniciativa legislativa para adiar as autárquicas com base no argumento que a vacinação contra a Covid-19 não deverá permitir imunidade de grupo no período entre 22 de setembro e 14 de outubro, o que levantaria restrições às ações de campanha que o líder partidário considera ainda mais necessárias num ato eleitoral que envolve muitos milhares de candidatos.
“Como é que podemos considerar umas eleições democráticas se os candidatos não têm hipótese de divulgar a sua mensagem? Divulgar a mensagem implica divulgar a mensagem porta a porta. Se é assim nas câmaras municipais ainda mais é nas juntas de freguesia”, defendeu.
Já na sexta-feira, Álvaro Almeida tinha recorrido à mesma rede social para defender que “adiar eleições é suspender a democracia” e, sobretudo, “manter em funções autarcas que não têm legitimidade democrática para o exercer” após a conclusão dos seus mandatos. “A situação sanitária justifica mudar a forma de votação, para reforçar a proteção dos candidatos e dos eleitores. Não é justificação para adiar eleições”, acrescentou.
As publicações do deputado provocaram críticas do dirigente social-democrata António Prôa. “Sempre considerei que um deputado, perante uma proposta do seu partido, deve ter algum recato e, no mínimo, começar por discutir a questão internamente. O Twitter não é propriamente uma reunião do grupo parlamentar do PSD”, comentou.
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