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Deputado português quer voos diretos entre Macau e Portugal

“Temos de transformar o Aeroporto Internacional de Macau, de facto com rotas aéreas diretas para a Europa, nomeadamente para Portugal”, disse José Pereira Coutinho, após a apresentação do programa político da lista Nova Esperança ao parlamento local.
25 Junho 2025, 19h07

O deputado português de Macau José Pereira Coutinho defendeu hoje voos diretos para Portugal e avisou que as restrições à ajuda financeira anual dada aos residentes da região chinesa vai afetar reformados em Portugal.

“Temos de transformar o Aeroporto Internacional de Macau, de facto com rotas aéreas diretas para a Europa, nomeadamente para Portugal”, disse Coutinho, após a apresentação do programa político da lista Nova Esperança ao parlamento local.

O jurista disse que os maiores aviões de longo curso do mundo já conseguem aterrar em Macau, mas que falta no aeroporto espaço para estacionar as aeronaves, um problema que disse esperar ser resolvido com a ampliação da infraestrutura.

A expansão do aeroporto, lançada em novembro, envolve a construção de um aterro com mais de 129 hectares e deverá estar terminada em 2030, aumentando a capacidade de 9,6 milhões para 13 milhões de passageiros por ano.

“Esperamos que no futuro não seja necessário deslocarmo-nos a Hong Kong para apanhar um voo internacional para a Europa ou para a América e possamos começar a viagem em Macau que é aqui que é a nossa casa”, disse Coutinho.

O aeroporto de Macau tem atualmente voos regulares de passageiros operados por 27 companhias aéreas para 41 destinos na China continental, Taiwan, Sudeste Asiático, Japão e Coreia do Sul.

Por outro lado, Coutinho criticou a decisão do Governo local de restringir as ajudas financeiras dadas anualmente às pessoas com estatuto de residente, àqueles que em 2024 tenham residido na região, pelo menos, 183 dias.

A medida prevê exceções, incluindo para os que vivem nas nove cidades da China continental integradas no projeto da Grande Baía Guandong-Hong Kong-Macau e para os que estejam a estudar em universidades no exterior.

Mas Coutinho alertou que as exceções não eliminaram todas as injustiças, nomeadamente casos de reformados que vivem em Portugal.

O deputado deu o exemplo de um antigo soldado português, “com quase 90 anos”, que trabalhou durante 40 anos como polícia em Macau, mas que não tem direito à ajuda financeira por ter ido viver com a filha em Portugal, após ter ficado viúvo.

“Acha justo” perguntou Coutinho aos jornalistas.

O programa político da Nova Esperança defende ainda “uma concretização mais aprofundada” do papel de Macau como plataforma de cooperação com os países de língua portuguesa, “com a maior participação da população e dos empresários”.

A Nova Esperança foi uma das oito candidaturas validadas pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL).

Há quatro anos, houve 19 listas de candidatos à Assembleia Legislativa (AL), embora cinco listas e 21 candidatos – 15 dos quais pró-democracia -, tenham depois sido excluídos por “não defenderem a Lei Básica” e não serem “fiéis à RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]”.

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