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Derrocada nas bolsas europeias. Galp, EDP e BCP em queda acentuada

Esta foi a maior queda da bolsa portuguesa desde o referendo para o Brexit, de junho de 2016. O Brent, referência na Europa, caiu 8,08% para 45,95 dólares, depois da reunião da OPEP+.
DR REUTERS/Aly Song TPX IMAGES OF THE DAY
6 Março 2020, 17h43

As bolsas da Europa encerraram a semana com quedas expressivas, e Lisboa tombou 3,85% para 4.671,50 pontos, com as ações da Galp a tombarem -7,27% para 11,48 euros e o BCP a recuar -5,09% para 0,1416 euros. A EDP, outro peso pesado, recuou 4,60% para 4,37 euros; e a EDP Renováveis perdeu 3,34% para 12,72 euros. A Altri surge também com forte descida (-5,96% para 4,57 euros).

A Galp foi penalizada pela aversão ao risco, mas também pela queda da cotação do crude. Segundo a análise do BPI; “esta matéria-prima perdeu 4.35% nos mercados internacionais. A razão para esta queda prendia-se com as perspetivas de desaceleração da economia global e pelo dissenso que parece imperar entre alguns dos principais produtores”.

A iniciativa da OPEP de propor um corte adicional de 1,5 milhões de barris/dia está a enfrentar alguma resistência por parte da Rússia, acrescenta o BPI.

O Brent, referência na Europa, caiu 8,08% para 45,95 dólares. Já o crude no West Texas desceu 8% para 42,23 dólares.

A Sonae recua -4,91% para 0,6875 euros; a Pharol perde -4,88% para 0,078 euros; a Navigator caiu -3,55% para 2,66 euros; os CTT desceram -3,38% para 2,23 euros; a Mota-Engil caiu -3,33% para 1,189 euros; a Semapa também fechou com uma queda de -3,68% para 10,98 euros; a NOS deslizou -3,05% para 3,37 euros e a Sonae Capital perdeu -3,21%.

Fora do PSI, o cenário é igualmente deprimente com a Cofina a tombar -6,67% para 0,42 euros e a Teixeira Duarte a cair -7,41%.

“A última sessão da semana foi de quedas acentuadas para os principais índices europeus com desvalorizações superiores a 3%”, avança o analista da Mtrader (Grupo BCP), Ramiro Loureiro. Os 800 novos casos de coronavírus em Itália e as declarações do Ministro de Transportes chinês de que as viagens e transportes na China recuaram cerca de 80% em fevereiro condicionaram o sentimento do mercado.

“No universo Stoxx600 as perdas de hoje foram transversais a todos os setores”, detalha a Mtrader.

Os mercados europeus viveram mais uma sessão em queda, com os principais índices a sofrerem perdas superiores a 3%.

O EuroStoxx 50 perdeu -3,91% para 3.23,07 pontos; o FTSE 100 caiu -3,62% para 6.462,55 pontos; o CAC 40 recuou -4,14% para 5.139,1 pontos; o alemão DAX desceu -3,37% para 11.541,9 pontos. Já o IBEX perdeu -3,54% para 8.375,6 pontos e o FTSE MIB caiu 3,5% para 20.799,9 pontos.

“Aparentemente ultrapassados os primeiros efeitos das reduções das taxas de juro em diversas economias, os investidores centraram-se nas notícias relativas à difusão do vírus”, diz por sua vez o BPI.

Os analistas explicam que as constantes notícias de aumentos de contágios (100 mil à escala mundial), de cancelamento de voos e de eventos e de profit warnings, justificados pela epidemia, pesaram sobre o sentimento dos investidores.

“As vendas atingiram os 17 sectores que compõem o DJStoxx600, embora tenham sido particularmente intensas nas empresas mais atingidas pela epidemia como as transportadoras aéreas e as companhias petrolíferas”, diz o BPI.

No plano macroeconómico, de notar as encomendas às fábricas alemãs com melhor desempenho que o previsto.

O euro sobe 0,69% para 1,1314 dólares.

Os juros soberanos a 10 anos em Portugal sobem 0,3 pontos base para 0,30%. Espanha tem os juros a subirem 01, pontos base para 0,214%.

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