Esta nova realidade permitiu, então, diluir fronteiras. Portanto, em vez de recrutarem apenas em território nacional, as organizações passaram a investir também na internacionalização dos recursos humanos.
Este conceito encontrava-se, até recentemente, associado, sobretudo, à área das Tecnologias da Informação (TI). Contudo, nos últimos anos, um número crescente de setores começou a procurar mão de obra noutros mercados.
O futuro do mercado de trabalho passará, certamente, pelo alargamento de fronteiras na contratação. A captação de talentos estrangeiros consiste, afinal, numa estratégia para as empresas expandirem os seus negócios e incrementarem a sua competitividade.
Aliás, o mercado de trabalho em Portugal já sente esta tendência, apresentando muitos profissionais residentes no nosso país, mas a trabalhar para empresas estrangeiras. As empresas nacionais começaram, assim, a seguir uma estratégia semelhante, para combaterem a escassez de talento.
Este método torna-se vantajoso principalmente quando as empresas portuguesas pretendem expandir os seus negócios para outros países. Com a internacionalização dos recursos humanos, a organização terá acesso, decerto, a um conhecimento muito mais amplo das dinâmicas dos mercados. Desse modo, poderá avaliar com mais precisão as melhores estratégias a implementar.
Além de apoiar a expansão dos negócios, a internacionalização dos recursos humanos revela-se, assim, uma estratégia favorável para procurar os melhores profissionais de cada área. Este cruzamento de fronteiras — através da contratação de trabalhadores estrangeiros — promove ainda a criação de novas ideias, graças à confluência de culturas e diferentes modos de pensar.
A contratação além-fronteiras exige, em primeiro lugar, que os Recursos Humanos (RH) da empresa tenham um plano com objetivos bem definidos sobre o candidato procurado.
Após a definição dos critérios, importa lembrar que a internacionalização dos recursos humanos colocará, certamente, alguns desafios. Todavia, também trará benefícios. Para assegurar o seu sucesso, deverá, então, procurar:
Para contornar os desafios da internacionalização dos recursos humanos, a empresa precisa, portanto, de assegurar uma comunicação regular e fluída com o profissional. Deve, sobretudo, garantir o seu devido acompanhamento e fornecer-lhe feedback construtivo.
Esta dinâmica revela-se, sem dúvida, fundamental para compreender se o trabalhador está satisfeito ou se está numa posição desfavorável, nomeadamente na progressão de carreira. De acordo com um estudo recente da Live Data Technologies, citado pelo The Wall Street Journal, os trabalhadores remotos foram promovidos com 31% menos frequência do que os profissionais que vão ao escritório, tanto a tempo inteiro como em regime híbrido.
Outra forma de contornar os desafios do trabalho à distância passa pela organização de atividades que incluam o trabalhador, como workshops e formações, presenciais e online.
De acordo com Amy Edmondson, professora da Harvard Business School, “2024 será o ano em que as empresas vão comprometer-se com redesenhar o trabalho, experiência por experiência”. Este comentário, tecido num artigo da revista Wire, surge numa análise da tendência crescente de retorno ao escritório, após o fenómeno do teletrabalho.
Este repensar dos modos de trabalhar incluirá, certamente, a internacionalização dos recursos humanos, abrindo mesmo a porta ao alargamento das áreas que beneficiarão desta estratégia. Afinal, apesar dos desafios, a contratação de profissionais no estrangeiro ajuda a colmatar a escassez de talentos no mercado nacional, a expandir os negócios e a incrementar a qualificação dos quadros de uma empresa.
Fontes:
Edmondson, Amy (2024), “The Pleasures of Being Together”, The Wired World in 2024, 101.
https://www.testgorilla.com/blog/recruiting-internationally/
Este artigo é da autoria da Gi Group Holding.
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