[weglot_switcher]

Descarbonização? Produção de combustíveis fósseis vai duplicar até 2030

De acordo com o estudo conduzido pelo Programa Ambiental da ONU, as metas para limitar as produções de combustíveis fósseis não vão ser cumpridas e poderão aumentar os riscos para centenas de milhões de pessoas. Acordo de Paris está em risco.
20 Novembro 2019, 11h58

O mundo vai  duplicar as produções carvão, petróleo e gás natural até 2030, superando os limite acordados no acordo de Paris, assinado em 2015 por 190 países.

De acordo com uma análise do Programa Ambiental da ONU, citado pelo The Guardian, esta quarta-feira, consegue-se perceber que os planos para limitar a emissão de gases efeito de estufa não vão ser cumpridos de acordo com o Acordo de Paris, cujo o objetivo é de manter a temperatura abaixo dos 2ºC acima dos níveis pré-industriais e concentrar os esforços para limitar o aumento da temperatura até 1,5°C.

Segundo o estudo, a produção projetada de combustíveis fósseis até 2030 levará à emissão de 39 mil milhões de toneladas (gigatoneladas) de dióxido de carbono. Ou seja, 53% a mais do que seria consistente com uma temperatura de 2.°C e 120% a mais do que seria consistente para atingir a meta de 1,5ºC. “Essa diferença aumenta significativamente até 2040”, lê-se no documento.

Essa lacuna de produção será maior para o carvão. Até 2030, os países planeiam produzir 150% (5,2 mil milhões de toneladas) mais carvão do que seria consistente com uma temperatura de 2°C e 280% (6,4 mil milhões de toneladas) a mais do que seria consistente uma temperatura de 1,5 ° C.

“Petróleo e gás também estão a caminho de exceder os orçamentos de carbono, à medida que os países continuam a investir em infraestruturas de combustíveis fósseis que “bloqueiam” o uso de petróleo e gás”, explica o relatório. Os efeitos desse aprisionamento aumentam a diferença de produção ao longo do tempo, até que os países produzam 43% (36 milhões de barris por dia) mais petróleo e 47% (1.800 mil milhões de metros cúbicos) mais gás em 2040 do que seria consistente com temperatura de 2°C.

A maioria das medidas para combater a crise climática envolvem a redução de emissões, mas Inger Andersen, chefe do Programa Ambiental da ONU, afirma que um estudo sobre os efeitos na produção de combustíveis fósseis já estava mais que na hora. Andersen refere ainda que a maioria das promessas feitas pelos países sob o acordo de Paris não mencionam alterações nas políticas de produção.

A análise informa ainda que as atuais promessas do Acordo de Paris de reduzir as emissões não vão ser suficientes e que poderão levar a um aumento catastrófico de temperatura entre os 3 a 4ºC.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.