A exploração dos sistemas políticos saudáveis ao longo da História reflete-se na busca contínua da humanidade por modelos de governança que equilibrem o poder, garantam a justiça e promovam o bem-estar social. Até ao presente, nenhum sistema único surgiu como o modelo definitivo. Cada um possui pontos fortes e fracos, frequentemente influenciados por fatores culturais, históricos e económicos. O sistema de governança equilibrado e sustentável permanece inseguro, de modo a que as sociedades humanas são diversas e não existe um modelo do sistema político que sirva para todas as comunidades tendo em conta os hábitos e práticas que passam de geração em geração […].
Embora os avanços tecnológicos tenham revolucionado a vida quotidiana e ofereçam ferramentas para enfrentar desafios como as alterações climáticas e a desigualdade, estas inovações por si só não podem alcançar a sustentabilidade. A questão central reside na dificuldade de alterar o comportamento e as mentalidades humanas, que permanecem resistentes à mudança devido à inércia cultural. “Cultura é a segunda natureza”, por isso moldar comportamentos sustentáveis requer tempo, educação e exemplos consistentes. No entanto, as políticas educacionais a partir do ensino básico ao nível nacional, no ensino público português, ainda estão longe do objetivo de legalidade e do respeito pelas regras, da conduta e responsabilidade social. Seria um erro significativo e grave negligenciar o investimento em práticas saudáveis para a educação de jovens alunos. Permitir comportamentos perturbadores, como ruído constante durante as aulas, o desrespeito constante pelos professores ou respostas rudes às correções, prejudica a base de um ambiente de aprendizagem produtivo. Na prática, a afirmação “os alunos cada vez piores” pode ser ouvida inúmeras vezes da parte dos professores titulares do ensino básico em Portugal. A educação precoce é um período crítico para moldar o caráter, o comportamento e os valores. A partir da educação básica corremos o risco de semear os “ingredientes essenciais secos” para o sucesso a longo prazo e a harmonia social.
De um modo geral, podemos optar por modelos de governança que combinam os elementos de diferentes sistemas, como socialismo democrático, ou governação assistida por Inteligência Artificial (IA), e aproveitar a Inteligência Artificial para otimização de políticas. Também, podemos abraçar a mudança tecnológica e implementar os veículos eléctricos, as energias renováveis, desenvolver os programas comunitários que integram o conhecimento tradicional com práticas modernas, campanhas para normalizar hábitos sustentáveis e políticas que recompensam escolhas ecológicas, etc. Todavia, desenvolvimento sustentável baseia-se na importância de firmeza de caráter social que se processa a partir da legalidade e do respeito pelas regras, e um olhar saudável para antecipar o problema que, até agora, começa a aparecer na primeira fase da entrada para uma instituição educacional do ensino básico. A educação, o diálogo cultural e os incentivos para comportamentos sustentáveis são ferramentas críticas para colmatar a lacuna entre as soluções tecnológicas e as mudanças comportamentais. Transformar o carácter humano não é apenas uma opção, mas uma necessidade para garantir um futuro sustentável.
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