Com duas guerras a envolverem indiretamente o Ocidente, a promessa do regressado presidente Trump de tarifas acrescidas, uma tendência isolacionista global e tensões elevadas noutras regiões do globo, os riscos geopolíticos para 2025 parecem particularmente elevados. Num ambiente de transição digital e energética – outra fonte de riscos para o setor –, a definição de forma atempada e eficiente de modelos organizacionais e cadeias de valor resistentes será uma vantagem competitiva a preservar pelas empresas.
Tanto a invasão russa da Ucrânia, como a ofensiva com múltiplas frentes israelita no Médio Oriente não são riscos novos em 2025, prolongando-se há mais de um ano. O conflito na Europa fez disparar o preço de inúmeras matérias-primas, com as energéticas à cabeça, enquanto o segundo tem levado a perturbações no tráfego marítimo no Mar Vermelho, trazendo à memória o bloqueio recente do Canal do Suez (com perdas horárias estimadas, à altura, em 379,5 milhões de euros).
Estes não são, portanto, riscos novos. Ainda assim, o regresso de Donald Trump à presidência nos EUA agrava estas tensões nos mercados globais, sobretudo pela promessa de tarifas a começar nos 20% (o que inclui a Europa) e que podem chegar a 200% para setores estratégicos chineses, com os automóveis elétricos a liderar a lista. Sendo previsível que muitas destas tarifas sejam retribuídas pelos países visados, não é de admirar que o banco suíço UBS fale num impacto negativo no crescimento global de 1 ponto percentual (p.p.), enquanto a unidade de pesquisa económica do “The Economist” prevê apenas 2,6% de avanço do PIB mundial.
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